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1823. Carta não assinada, atribuída a Marcelina Rita Clímaco, para Francisco Xavier de Sousa, pintor.
Autor(es)
Marcelina Rita Clímaco
Destinatário(s)
Francisco Xavier de Sousa
Resumo
A autora mostra-se indignada com o comportamento desleal do destinatário.
Texto: -
[2]
Recebi em u dia do 30 do pado huma
carta sua i não lhe poso expelicar
a empercão q esa me cauza de maneira
q nen pude cer Sra de mim pa escrever
i apneas receberia huma q ja estava
feita pa hir com us bolos de q ce não
avia de otelizar pois não podia xigar
capazes hera enpocivel
[3]
i eu so us man
dei pa lhe mosterar q me não esceso do
q permeto
[4]
ethe brincando como pode
ria faltar o q gurei pelo mais sagra
do a meu F
[6]
parciame
q asas tinhas rezoens bem fortes pa não
acraditar nada i formar de mim hun
conceito bem diverso
[7]
não hera crime
o mosterar as mas cartas a - cenão
pela colizão pois via huma molher
a falar como dezesperada q entendia
q hera por fedilide fedelidade a sua
pesoa
[11]
o meu rico digo lhe
cinceramte q so coando vi as suas cartas
he q dei credito
[12]
vi q u q ela dezia a ceu
respeito tudo hera verdade
[13]
vi hum tes
Testemunho enfalivel i q eu não
podia ja nen duvidar ne ngar i q de
via dar todo o credito a tudo de q ela
ce gavava
[14]
isto não he ifeito de siume
Snro X não
[15]
ninguem ha q ceja mais
mestra diso do q eu bem u sabe mas nun
ca lhe consto athe a prezente hora q
eu dicese huma so palarvara en ceu
dezabono bem pelo contrario
[16]
mesmo
antão coando me dizião certas coizas
saidas pela sua boca olhe q hera
huma fera i não dava Libardade
pa q me falacem huma so palavara
q foce en ceu dezabono
[17]
nen ma ...
pois nen hesa mesma Que foi a primeira
q me dice q E tinha cartas minhas en ceu
puder mandadas pela sua pesoa
[18]
eu
lhe respondi q iso hera enpocivel porq
eu nunca lhe tinha escrito i q ce eu ca
hice niso tinha toda a certeza q as não
mosterava a ninguem pois não hera
nenhum brageiro
[19]
i o resto respondia
q fizecem de comta q hera verdade
Mas q eu não queria q tivecem no
atrevimento de me falar huma so
palavara nna sua pesoa
[20]
i diante
de mim ninguem tera u atrevimto
de dizer coza alguma
[21]
se u ceu Amor
foce verdadeiro nunca ronperia en
me fazer u q me fes
[22]
u q nunca deveria
sahir do ceu peito hera u q lhe cer
via pa ce devertir a ci i a quem lhe
parcia
[23]
q me fas lemberarme
do q tenho pasado ver as suas finezas
us ceus portestos
[25]
pa me fazer
ver q dipresa hira pa a sua tera
[26]
mosterarme q não he de todas mas cim
de huma so
[27]
i eu antão digo q en toda
a parte aonde exzistir estimarei bem
poderlhe dar provas q nen fui nen so
nen nunca jamais poderei cer cenão sua
[28]
dezejo continui a pasar bem como
me dis i q ce divirta gozando de tudo q
u enteresa
[29]
i pode fazer felis pois he u q
lhe dezejo
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