PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1827. Carta de Maria Bárbara Micaela da Gama e Silva, proprietária, para o sargento José Nicolau da Conceição Correia de Melo, seu administrador.

Autor(es)

Maria Bárbara Micaela da Gama e Silva      

Destinatário(s)

José Nicolau da Conceição Correia de Melo                        

Resumo

A autora indigna-se perante a atitude pouco cumpridora de quem lhe arrenda as hortas e casas do Algarve. Pede contas ao destinatário e determina como ele há-de prosseguir no seu papel de administrador.

Texto: -


[1]
Snr Joze Nicolau da Conceicão
[2]
Reçebi a sua carta e estimo a sua saude e da sua snra a quem nos recomendamos mto ca ma fa Benedita com mto espessialidade
[3]
reçebi a contia que vmce aponta e lhe agradesso mto o trabalho que teve da cobransa que elles devião pagar a vmce ese trabalho, se não fossem tão descuidados de aprontar as suas quarteis no tenpo cecudido, pois desde a feira athe o emtrudo so bastantes mezes pa elles trocarem denheiro e aprontalo,
[4]
elles so meninas mas engannosem porque nem sempre estou de omor pa sufrer as suas demoras,
[5]
tambem pa S Franco se handem fazer escreturas novas se quezerem continuar nelas porq me não fas conta dar as mas ortas per similhéte preso como elles pagão
[6]
a orta velha da Talaia pagava sento e sesenta mil reis,
[7]
mandelhe abater alguma porção
[8]
ficou em sento e sincoenta mil reis,
[9]
elle o que paga segundo vmce dis sesenta e hum mil reis, isto como vmce não sabe o ajuste pagado que elles querem
[10]
o do rosas sim vem justa
[11]
a orta de El rei tambem vém mto demenuta
[12]
não me fas conta dar huma ortão daquela grandeza e com agua de pei por duzentos e quarenta mil reis,
[13]
ella andava em trezentos mil reis
[14]
Joze da Crus anda em sesenta mil reis
[15]
logo avia pagar trinta mil reis e não vinte e outo,
[16]
ja do outro quartel me remeteu vmce seis moedas
[17]
e não emtendo esta conta de Joze da cruz
[18]
dis que adientado pa o quartel de S Franco que vem
[19]
não emtendo as contas que elle quer fazer commigo,
[20]
hum anno tem dois quarteis,
[21]
tem pago dois quarteis com falta de denheiro em cada quartel
[22]
em me não mandando o que falta pa os sesenta mil reis não fica nela, que eu tenho quem ma rende, e não resebo, este denheiro como adiantado como elle quer
[23]
Joze da costa que cobrava este denheiro pa meo Janrro labe sem me aprezentar os recibos desde o tempo que elle não cobra
[24]
asim passada a pascua me avériguari iso com clareza,
[25]
elles querem zonbar de mim
[26]
como se emganão
[27]
a vila Real, tambem não a conta de quinze moedas vencidas ajuntando-se quareta mil e quatrosentos com os papeis, que vmce remete do emporte da oubra, que não emportou pouco
[28]
se elle fizer mais oubras a sua vontade sem ma detriminação não as levou em conta porque não ademito semilhente despostismo,
[29]
persizo aturidude do senhorio pa se fazer iso
[30]
digalhe vmce isto
[31]
e vmce lho não quer dezer, digame o nome delle, que eu lhe escreverei e mandarei Joze da costa, com a ma carta
[32]
eu tenho quem quera as cazas, com outros lucros que elle me não e sertamente as alugo, porq elle quer hir talhando oubras a sua vontade e darme huma bagatela
[33]
nem o senhorio tem oubrigação de por vidros
[34]
se elles querem ter pa a sua comodidade, que o fação a sua custa e não a custa do aluger,
[35]
com que pasada a pascua farei as contas do que me restão
[36]
os snres ortalanos em não andando dreitos ja os ponho na rua
[37]
Ds Gde a vmce como lhe roga quem de
[38]
vmce A mais veneradora e oubrigada D Maria Barbara etc Lxa 22 de Março de 1827

Edit as listRepresentação em textoWordcloudRepresentação em facsímileManuscript line viewPageflow view