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Maarten Janssen, 2014-

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1617. Carta de Catarina Mendes Dias para Simoa da Silva, sua sobrinha.

Autor(es)

Catarina Mendes Dias      

Destinatário(s)

Simoa da Silva                        

Resumo

A autora dirige-se à sua sobrinha desejando-lhe melhoras e dando cumprimentos e notícias da família.

Texto: -


[1]
Sobrinha e filha não posso emcaresser em palavras ho muito gosto que tive e todos desta desta caza com esta de Vm que avia tanto tempo que as não tenho que lhe afirmo mi-nha snora que não sabia ja o que dixesse, nem cudasse
[2]
e vir o snor ldo sem me trazer hua sua mais que darme boas novas de sua saude, o que agora nesta nam tenho que pera que nao fosse o gosto perfeito de Vm ter doenssa ja minha filha e snora quanto o sintirei e todos desta caza
[3]
mas querera nosso snor nam seja mais que o que todos lhe dezejamos, pello que não se agaste nem sse desconssolle minha snora que nosso snor ha de ter muito cuidado da sua saude,
[4]
e nossa snora dos martes a quem lhe mando dizer hua missa ella tera muito cuidado de Vm e darlhe muita sau-de pera que lhe faça muitos servissos;
[5]
eu minha snora folgara que estivera em parte que todos os dias a vizitara como a filha mas não ha aver portador pera essa parte,
[6]
as novas da snora simoa da silva festejo muito ter ella saude
[7]
Vm lhe de muitos recados meus que lhe emcomendo muito a Vm ainda que bem sei não ser nessessario esta lembranssa mas eu como mai tenho esta lisenssa e com muita confianssa que tenho na snora simoa da silva,
[8]
a mesma lembrança fazem suas irmas, primas principalmente Anna Correa todas as da silva tem della, , louvores a ds sam as esperanssas na caravella q veio, e nos seja ds muito louvado
[9]
elle não viera por respeito das embar-cassois serem muito apertadas porq não vinha mais q naos e que elle avia mister maor lugar q viria com ajuda de ds pera o anno que vem
[10]
ds que-rendo nas naos manda fazenda
[11]
ainda não sam vindas trallaha nosso snor e elle me queira por sua mizericor-dia trazer este filho diante de meus olhos pera seu sancto servisso,
[12]
pezame muito não poder este portador levar nada
[13]
avendo Vm mister algũa couza me avize que o farei com muita vontade e amor
[14]
e asim me avize de sua melhoria que lla ei de estar de contino com o coracam ate saber de sua melhoria,
[15]
asim me desculpe com a snora dona joana que não lhe ouvera de escrever desse modo mas que os portadores me desculpam,
[16]
nosso snor pague a Vm todas as lembranças que tem de me emcomendar a nosso snor este filho
[17]
eu lhe pesso minha snora o faça pedindolhe me queira dar na vida esa conçollaçam pera que eu va com elle a nossa snora de nazare que muito ha que lhe tenho feito esse promitimento, mas paresse que não meresso ouvirme ella,
[18]
não desagradessesse as muitas mersse que me tem feito e fas em mo guar-dar de tantos constrastes, como oje vemos nas em-barcassois por orassois de Vm
[19]
me fara ds muitas mersses e dessas senhoras a quem pesso se sirvão desta sua caza
[20]
nosso snor guarde a Vm pa seu sancto servisso
[21]
24 de setembro de 1617 Annos tia e mto amigua de Vm Cna mẽdes dis

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