Visualização das frases 1620. Carta de Rui Fernandes de Castanheda para sua mulher, D. Catarina Faria
de Alpoim Autor(es)
Rui Fernandes de
Castanheda
Destinatário(s)
Catarina Faria de
Alpoim
Resumo
O autor notifica a sua mulher de que chegou o familiar do Santo Ofício
que o levará para o cárcere da Inquisição em Lisboa e acrescenta que
aguarda notícias suas.
Texto: Transcrição Edição Variante Modernização - Cores
[1]
Hoje domĩgo vinta tres deste cansado mes de maio
chegou aqui hũ familiar de Lxa cõ ordẽ pa
me levar a emquisisão e he hũ espadeiro
q mora na rua dos douradores a par de João
da silva e homẽ amigo antigo e me fazia as
espadas q pa mal antes elle q outrem ;
[2]
vede
minha sõra qual ficaria o coração afli
gido , deste voso triste marido d alma ,
quãodo o vise e q en efeito o avião de levar
cõ tanta afronta falcamte por teras alheas
[3]
e pa mais mal ter dado tres dobrois a
hũ caminhro q mandei com as cartas
e ate esta ora não ter chegado q era a cou
za q na vida mais sentia q tudo es
tando tão aflito e descõsolado pegãodo
com a virgẽ nosa sõra de quẽ sou tão de
voto
[4]
me vierão pedir alviseras que era
chegado o caminheiro ,
[6]
mandei logo a mea noite buscar as car
tas e dei teres tostois a quẽ as fose buscar
dahi a tres legoas pa saber novas vosas
e dos mais avizos sobre q escrevi
[7]
espero
chegẽ aqui de madrugada antes q me parta pa ver novas vosas
e saber avizo do sobre q escrevi pa asĩ me governar
[8]
permiti
ra cristo alembrarse de nosa onra e livrarme como sabe que
estou livre
[9]
não vos esquesais en vosas oracõis de me emcomẽ
dar a virgẽ nosa sõra e sabina todos os dias o mesmo
[10]
e contanto elle vos
gde e mostre vervos
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