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Maarten Janssen, 2014-

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1826. Carta de José Guilherme, Capitão do Regimento de Infantaria 17, para Daniel, pseudónimo de Agostinho Figueira, oficial comissariado em Estremoz.

ResumoJosé Guilherme escreve a Daniel, pseudónimo de Agostinho Figueira, dando várias instruções e usando um aparente código.
Autor(es) José Guilherme
Destinatário(s) Agostinho Figueira            
De Portugal, Évora, Estremoz
Para S.l.
Contexto

Após a morte de D. João VI (abril de 1826), D. Pedro outorgou a Carta Constitucional, iniciando-se um curto ciclo político liberal denominado Primeiro Cartismo (1826-1828). A situação política e militar interna era muito confusa, com a proliferação de grupos e fações, sucessivas remodelações governamentais e várias ações militares. Poucos dias depois do juramento da carta (31 de julho de 1826), tiveram início várias revoltas anticartistas, entre elas as que foram desencadeadas no Alentejo sob a liderança do Brigadeiro Magessi, que invadiu o território português a partir de Espanha e que contou com vários apoios locais. Tais apoios receberam a designação de «rebeldes espanhóis», que surge nestes documentos e se reporta a esses insurretos anticartistas, portugueses, que operavam a partir de Espanha. Este processo foi movido a Agostinho Figueira por suspeita de colaboração com os ditos "rebeldes espanhóis", nomeadamente com o Capitão do Regimento da Infantaria 17, José Guilherme, em conluio com Joaquim da Silva Zagalo, sargento do Regimento de Milícias de Vila Viçosa. A acusação baseou-se no facto de, na correspondência envolvendo os três indivíduos, se usarem pseudónimos nas fórmulas de endereço, estratégias de assinatura anónima, e caligrafia disfarçada. No processo faz-se referência a editais proibindo a correspondência com os anticartistas.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita nas três primeiras faces e com sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra A, Maço 42, Número 12, Caixa 86, Caderno 2, Fólios [6]r-[7]v
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Mariana Gomes
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Daniel
[2]
A mais Comte saude lhe dezejo e ao meu amo pa que desponha deste poço de Crimes
[3]
e na verde lhe ha de fazer gde ademiração o ver a minha Letra
[4]
porem Como outros Creminosos e de maiores crimes nao lhe he Vedado isso em materias que nao projudiquem
[5]
eis o motivo por que o faço Rogandolhe a mce entregar ao Portador a borracha com que deitava as ajudas tirandolhe o pipo e metendolhe o delgado pa dentro atandolhe hu trapo na boca pa não se tirar e evitare o quebrar ou perder e tendo a bonde darlhe o Bul melhor. e pelo Paulo Recovro de Va Vca mandarme entregar o sogro de B Franco de Milicias Joze Anto Nunes as minhas pistolas pondolhe 2 ganxos de ferro que estavão em hua das gavetas e 2 pedras capazes q havia
[6]
o colete de ceda
[7]
e se não te devertistes com esses quejos q ficarão venhão tambem,
[8]
se o fizeste estás dispencado da remeca q aqui não se podem comer de ruins,
[9]
e eu não m e de liberar nunca escrever a ma fama
[10]
ora Daniel isto venha em hum saco que ficou,
[11]
e algum meu facto do uzo q ficou eu to ofereco pa o inverno e servete delle, se te parecer que pelo Paulo não mo vem mto siguro
[12]
mas pareceme Capas
[13]
escolhe quem bem te parecer
[14]
pede a Snra huas raizes e sementes do tempo q he pa aqui dar
[15]
que estimarei vivão discançados e com saude que he o gde bem
[16]
manda despejar o enxergão e se hum dia sahires dessa entrega a pesoa q te pareça
[17]
com ha relação mandame 4 culheres de e 2 das outras
[18]
basta de te encomodar
[19]
recomendame mto a todos os de Caza e despoe
[20]
deste teu Eu 30 de 7bro 1826
[21]
o Bul venha a aza dentro

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