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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

[1770-1772]. Carta de Bernardo da Silva do Amaral, padre, para Madalena Tomásia de Jesus, mulher de desembargador.

Autor(es)

Bernardo da Silva do Amaral      

Destinatário(s)

Madalena Tomásia de Jesus                        

Resumo

O autor lamenta-se pela separação da sua amada e amaldiçoa quem os apartou. Verseja sobre a sua sorte.

Texto: -


[1]
Amada Filha desta alma,
[2]
lembrame, q a ouvia cantar=
[3]
Mal haja qm inventou no mar andarem navios ; pa padecer agora saudades, e desvios=.
[4]
Eu não rogo pragas, Ds me livre: mas di-go, q homicida qm inventou tal viage.
[5]
Eu lhe confeço ma verde q ja não poso com isto,
[6]
tem-me custado gotas de sangue.
[7]
Eu qdo a vi noutro dia, pareciame de verde; q ha ano, q não via, nem me parecia, q me podese fartar de a ver;
[8]
mas agora qdo a vir me ha de parecer, q ha cem ans a não vejo.
[9]
Acrediteme, q ando a modo de pateta, q não sei q me falta;
[10]
em huã palavra isto custa mto,
[11]
e so por N Sr se pode levar.
[12]
Olhe se eu apanhase aquela velha enfeitada q he cauza de tantos distroços, havialhe dizer, q se não sabia a qtas vidas dava golpes, não metese a faca.
[13]
Emfim quero chorar ma desgraça Pois logrado me fazia, o q desfaz longe o amor.
[14]
ja fui feliz, ja logrei Qm sincero mto amava;
[15]
Ma ventura igualava, Quanto dizer eu não sei,
[16]
Penas lagrimas achei
[17]
Agora, prantos, e dor;
[18]
Perdi do semblante a cor Com perder em qm vivia.

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