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Maarten Janssen, 2014-

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1592. Carta de Cristóvão Gomes de Vasconcelos para o seu filho, António do Vale de Vasconcelos.

ResumoO autor dá notícias dos processos judicias que decorriam em Arraiolos contra o destinatário.
Autor(es) Cristóvão Gomes de Vasconcelos
Destinatário(s) António do Vale de Vaconcelos            
De Portugal, Vila Viçosa, Arraiolos
Para América, Brasil, Bahia, São Salvador
Contexto

No processo de António do Vale de Vasconcelos (também referido como "Lebracho"), acusado de bigamia, encontra-se um conjunto de oito cartas. António do Vale de Vasconcelos, estando casado com Catarina Garcia de Cabreira, partiu para o Brasil, em 1591, e voltou a casar na capitania de São Vicente com Helena Leitoa.

Seis das cartas que constam do processo foram entregues à Mesa do Santo Ofício por Estêvão de Brito Freire e duas por Francisco Leitão. Em 1592, Estêvão de Brito Freire declarou ter conhecido António do Vale de Vasconcelos na nau que partira do Reino, em abril de 1591, e que o réu começara por afirmar ser solteiro, depois viúvo e, por fim, admitira que, quando partira do Reino a mulher estava muito doente e que, por isso, presumia que ela morreria em breve. Posteriormente, António do Vale de Vasconcelos, partira de São Salvador da Baía para a capitania de São Vicente, de onde enviara uma carta a Estêvão de Brito Freire (PSCR1139), na qual afirmava que soubera da morte da primeira mulher e se voltara a casar. Além desta carta, o mesmo denunciante entregou um maço com cinco cartas (PSCR1140 a PSCR1144) vindas do Reino para São Salvador da Baía, remetidas por familiares a António do Vale de Vasconcelos.

Em 1595, em Pernambuco, Francisco Leitão entregou duas cartas ao Santo Ofício: uma (PSCR1145) que recebera de seu pai, Jerónimo Leitão, pai de Helena Leitoa; outra (PSCR1146) que Jerónimo Leitão enviara ao seu cunhado, Filipe de Aguiar Lobo.

Suporte duas meias folhas de papel dobradas, escritas no rosto e no verso da primeira e no rosto da segunda.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 8476
Fólios 8r-9r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2308596
Transcrição Teresa Rebelo da Silva
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Teresa Rebelo da Silva
Modernização Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2015

Texto: -


[1]
fylho
[2]
Esta não he pa mais q pa te dar cõta do q se qua pasa aserqua dos teus negosios e de nosa sahude
[3]
fylho saberas q jam lleitão veyo a esta tera com allsada com toga e cuchilho e tirou quynhemtas tas e esteve dous mezes meyrinho e escryvão ho quall foy paullo d allmada que foy m de deus mui grande pa nos pq se não fora tambem tua may houvera de ser cullpada
[4]
mas deus he bom
[5]
acodenos m q he depois de tirada a devasa forão tos ho coregedor d evora e ho juis dos horfos cõtrayro de teu sogro e ho houvydor d avis e ho juis d estremos e ho houvidor do duque e semtensearão hos cullpados q foi ho lladrão do Valleiro que ho matou ho quall sentensearão a forqa e ha mão corta no pellourynho
[6]
e llogo lhe fizerão isto em palha e ho emforquarão na prasa
[7]
e a ti espos elle em estatua Rotollo e com pergam pera galles pa sempre
[8]
e a symão moreno polla mesma maneyra pergam des anos de galles
[9]
e a martynho e fellype e po Vas dous anos pa afrequa
[10]
e a ines d abreo tres anos pa castRo marỹ
[11]
e sobretudo llevou sem mill rs pa hos quais se vendeu ho basello e ho demais pagey em dinheiro de contado e des myll rs da Renda da vynha em que me llogo cõdenou de maneyra q tudo isto fez e esta feyto como dygo
[12]
agora q te quero dyzer ho que Resta
[13]
Isto ten Recuso trazendote nosso sor e querendo vir pa quebrar hos holhos a quẽ te lla deytou e jurou fallso comtra ti
[14]
he fasas muyto p valleres e averes papeis pa ho Rey pera te darem provizão pera vires e trazeres muyto dinheiro pq sem elle não se pode bollyr nẽ llyvrar p ser ho caso muyto agro e fortes Reigos
[15]
pertamto te peso q tu tenhas llembransa de tudo Isto e te dygo pq trazemdo Isto comfyo na m||merce de deus q ho llyvramto que ho tes bem mas como dygo a myster dynheiro
[16]
e se puderes mandar me hua procurasaom pa querellar em jurado e d allgus que jurarão comtra ty dar p esta jornada
[17]
e llembro te q nos tens posto em mta cöfuzão não escreveres
[18]
e se mãosebo d evora não disera q te vira e hua carta q mãodou d estremos que sempre nos pareseu que eras morto
[19]
pertamto não deyxes de escrever todas as vezes e mto llargo de tua vida e sosego pq bem sabes q esa he o noso comsollo ter novas de todos hos teus
[20]
eles te escrevẽ ptamto te não dygo mais senão q todos estão bem e todos emcomẽdão suas horasoes q todos não fazem outra couza
[21]
aviza me de tudo e llembrate dos q te fyzerão bem nesta jornada e não sejas emgreto dos q te fyzerão bem
[22]
trabalha p valleres como homẽ homRado q te sertefyquo q não sei quamto te ei de durar pq me vay mto mall e não llevo vida pa eu viver mto
[23]
e se eu morer digote q não te a de valler senão ho que trouseres
[24]
quãoto a quateryna garsia esta mto boa
[25]
ella fyqua agora aquy e seu pay huza ella como sua fa tamto pode ho cuydado della
[26]
fylho llembro q te aquatelles q podem estes teus henemygos poremte lla has cullpas
[27]
negosease de maneyra q te ponhão ho pe diamte a bemsão de deus e mynha
[28]
e tua may te abamsa e te llembre ho que te tenho dyto nesta
[29]
não dygo mais senão q fyquamos todos auvorasados p a novas tuas boas pq nos dyserão ho capitão q te fyzera allferes
[30]
e se asỹ he dete a gente bem como homem honRado ho quall cudado he escuzado llembrar to
[31]
isto seja contigo ds
[32]
em aRaiollos aos de marco de 92 anos
[33]
de teu pay xpo Gomez

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