Respuesta a ultima de 1 de abril Notavel he o o cansaso e aflicsão de animo
que tenho por não achar modo pa satisfazer a vm sem perjudicar. porque vm
ou como asinte faz que não sabe ou não quer saber e não quer que lho diga, e so por se
não pareser con os sors santos que se justificão consigo mesmo ouvera de mudar de pareser
neste particular aos quais eu respondi o mesmo que ora digo a vm e he que fasão o que
quiser contanto que me não perjudique porque a me perjudicar he forsado espi
cular o que fasen se he bon ou não. dis vm que não obrigara diogo duarte por
não desistir de graviel ribeiro, eu digo que me ensine vm caminho ou via pa me res
tituir da perda e dano que ese erro me causa e que me calarei e lhe não direi nada,
posto que lhe juro por o que lhe quero que me magoa mto ver quão mal vm sofre di
zerenlhe o que parese lhe conven, e então escreve vm que ja he outro e que he mto
solisito e bon negosiador e não quer ver (posto que o sabe) que o diser vm iso não fas
credito iso ano de diser as jentes e pa asin ser ha vm de maginar de noute e fazer de dia
e con tanta puntualidade trabalho e vegilansia que obrigue as gentes a o dizeren
digame não ve que ha quatro mezes que grito que me site execute diogo duarte
e não faz senão buscar dilasões pa não concluir. não ve que faz demanda com po de lião en cousa mais clara que o sol e perdea e agora escreve que não tivemos defeza e por
iso se perdeo pois se vm se não defende claro esta que o himigo o a de matar por fraco
que seja. não ve que pasa de quatro mezes que me embargarão os alugueres das
casas, e en hoito dias se fizera petisão d agravo a colasão não chegara a des dias
e oje não esta concluido ora eu sofro mas he forsa sentir e desengano a vm
por o que lhe quero e sou que he imposivel o remedio das faltas sen o conhesimto
dellas este quando hũ per si o não quer ter deve estimar e agradeser diserenlho e asi
peso a vm me diga a mim o que lhe parese que requere emenda que por ds
me fara grande m e quando menos sei que me não dira senão o que lhe reparei
me sera bon e o mesmo ten vm obrigasão de crer de min posto que nos podemos
enganar ora vm não quer que lhe fasa senão ason de seu padar e por iso me
calarei poren sera no que me não perjudicar a meu particular e con Lca por
me pareser nesesario lhe digo que se me não proseguir con notavel rigor a eses dous cais
que não ha que esperar delles e a lhe de fazer todas as avexasois per justisa que
puder ser e pa iso se aconselhe con quẽ tem experiensia e se per si se não atreve
valhase de quẽ o fasa por dro e diga vm que eu lhe peso con mta instansia fasa
isto se quer ficar desculpado pa con elles lembrolhe mais que nese dro esta
meu remedio depois de ds e jurolhe que se vm me encomendara semelhante
negocio que o ouvera de fazer de modo que satisfisera e obrigara a vm
resebi tamben a petisão da snra isabel d abrinhosa, e sobre ella me dis vm que
conclua que esta cansado de esperar. ds me valha e me de pasiensia, e então
não quer que lhe responda, senão como a menino rei; ds o cure e a min tamben
perdoe valha e de pasiensia e por o agradar me calo diga o que quiser.
o conde me ten ora encarregado so falo de sete mil crusados que deve o que feito
procurarei falarlhe no pinheiro mas declaro que não dara seissentos mil rs
porque ja lhe eu dixe que lhe quitaria vinte mil rs pera a sisa (e sou
lembrado que ha dias mo escreveo vm) e contudo não conclue, diser vm
que o conde não paga sisa enganase (e perdoe se o offendo.
aqui mando a procurasão na forma que me pede, e pois a desima
he tam boa digo que se fora posivel não inovar seria melhor somte
dar lca pa a venda porque depois ao inovar nos darão mto mais e lhe
de ei acresentar por o menos sinco mil rs de foro que he o terso como he
custume mas vm fasa o que lhe pareser que eu creio fara por
min o que eu farei por elle e se vivermos espero en ds se a de offereser
ocasião en que lhe meresa as que me fizer, e deme lca pera lhe
advirtir que se fiser novo emprasamto que a de por que se pague a de
sima de laudemio e não enganen a vm con o praso que fez anta d a
giar en que dis que paguen a corentena, porque no contrato que
se fez en que dei lca pera se partiren as casas declararão que fora
erro e que não avião de pagar senão a desima conforme o praso
antigo e naturesa do emprasamto e posto que se anule este con
trato e partisão entre elles no que toca a min neste particular não
me pode parar perjuiso porque se me não fizerão a dita decl
rasão e obriguasão puseralhe demanda pera anular todo o praso,
sou tão largo nisto porque temo a maldade do pero de lião, e a
bondade de vm; mas cuida que elles o não arguirão poren se
acaso suseder esteja vm advirtido e não se fie delles que he
ma gente e an de trabalhar por enganar a vm. quanto ao dro porque he
cantidade pode vm diser que o entreguen a gasp a mateus lopes torres
e cobren delle letra pera ca mos pagar gaspar nunes seu hirmão e con isto lhe de
quitasão e forra vm o trabalho de contar e andar con o dro as costas e alen diso delles
sera mais fasil porque como saẽ mercadores encontranse en diversas cousas
mto estimara neste contrato aver vm de gajos hũa mea onsa de ambar
e mandarmo que esa gente trata nelle e desejo de o dar a hũa pesoa de quẽ es
pero favor. o lionel de quadros me deu letra pera en sevilha se pagar o dro a
hũ hirmão de graviel roiz pardo o que fiz pa que depois de pagalo mo pa
gar ca graviel roiz pardo descontando os custos da trasida (porque
asi me consertei con graviel roiz pardo por não achar outro) e depois de
pasada a letra me dixerão mtos males de graviel roiz pardo e asi o
e tornei a pegar con lionel de quadros o qual dis que busque eu outren
que elle pasara letra sobre quen eu quiser, ando lidando cuido cobrarei
o que montou he, são noventa e sinco pezos a 252 - is cada
pezo montarão setesentos e quatro reales dos
quais pode vm dar la a parte os seissentos reales, e dos
sento e quatro lhe darei conta e entrega porque delles se an de
pagar os gastos da escritura e trasida do dro de sevilha
e as duas caixas de doses que me quer dar, e ben pa
rese que entreven aqui bacharel que são pelois porque
por ds ninguen lhes cobrara este dro e tivera o trabalho que tive
por menos da quarta parte, e juro a ds a vm que por me
cobraren seissentos reales en valhadolid liquidos dou
dusentos mas vm dis que he cousa sua mto me pesa não poder
ser cerese o que tenho feito neste particular mas vm pedema e he forsado
agradalo, fasame m de ver este papel de novas e de fazer
pera raquel da costa pera serpa e meter estas novas nelle porque
na carta lhe digo que lhos mando e serrado o maso lhe ponha parte
aquesta carta pera fernão de magalhais he de don gil ianes
da costa presidente do desembargo do paso conven darselhe en mão
propria e metase la o cabedal posivel que eu ca farei o que puder
peso a vm que me compre tres varas de olanda de cambrai
a mais fina que possa ser ou pano de rei tão fino que seja como
canbrai e que o de a snra izabel d abrinhosa pera que me fasa
as larguras que sejão dũ enxame de largo (que he forsado
andar con o custume) e mandarme nos masos de cartas as
larguras con seu filete e bainha fransesa e venhão no maso
de afonso gomes. não me duplica vm a resulusão
de sua vinda ca pesame serto por ds que he notavel herro
se vm e joão d abrinhosa se não ven ca este verão mas
cobreme pro ese dro e despashese ese feito e se asin o não
fasen digo que me pode agradeser não lhe diser
o nome que meresem venhãose; venhãose des
aventurados foscos cativos dos fos de perra de
merda venhãose verão esta fermosura que
ds criou pera que a lus ca perdoe que estas
entranhas falão. tamben se la vir te seis
lensois de bon lanso finos e novos que custen te
vinte e sinco reales cada hũ compremos e tragamos
e hũ pavilhão que custe te dous mil rs de madrid
a 24 de abril de 607 gastão d abrinhosa
porque he imposivel crer veja m o mto que me custa aplicarme a cousas de gosto determino não lhe mandar mais novas
se vm ten o animo tão folgado que se quer desemfadar ds o ajude que eu não lhe tenho inveja