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Maarten Janssen, 2014-

CARDS0167

[1829]. Carta de João Lino da Mota, soldado, para António Luís Peixoto, escrivão.

ResumoJoão Lino da Mota dá ao escrivão instruções em relação ao processo.
Autor(es) João Lino da Mota
Destinatário(s) António Luís Peixoto            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

O comandante da Guarda Real da Polícia do Bairro da Mouraria enviou uma patrulha de soldados para a rua de São Pedro, nos Mártires, para resolver uma desordem. Um dos soldados, João Lino da Mota, foi gravemente ferido na cabeça com um pau por um dos desordeiros, Luís das Neves. Perante as súplicas da mulher deste, o ferido resolveu perdoar-lhe e, numa carta dirigida ao escrivão do processo, deu a conhecer essa intenção. Porém, ao constatar que o seu estado de saúde se agravava, arrependeu-se da primeira decisão e escreveu de novo ao escrivão para suspender as instruções que lhe tinha dado anteriormente.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita nas duas primeiras faces, e com sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra L, Maço 18, Número 15, Caixa 43, Caderno [1]
Fólios [43]r-[44]v
Transcrição José Pedro Ferreira
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização José Pedro Ferreira
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

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AO Snr Anto Luis Peixoto Reposteiro da Camara de S Magde e Digmo Escrivao do Crime do Bo do Caste llo etc etc etc em Sua Ilte Caza Sr Anto Luis Peixoto

o acharme com a perna direita mto inçhada, sem poder susterme nella e em Vzo de Bixas he q fez e faz com q ontem não fosse ter com Vmce e nem hoje, pois ja q infelizmente, foi em mim q Recahio o ficar bem Maltrado no Dia 27- por esse Luis das Neves q foi prezo no conflito e se acha a ordem do seu Competente Juis, como Vmce ja tera Visto da parte da Poliçia, Eu inda que o Cazo he algum tanto ponderozo, comtudo Vejome tao atacado, de peditorios q athe não estou Rezolvido a não lhe ser parte Como athe imploro da sua bondade q tenha Compaixão da Mulher pois elle deserto a não mereçe e athe mmo a não serem tantos os pedi-torios e Eu podesse sahir ja tinha hido ter com o Padrinho, pa melhor ser aqueçido porem Paçiençia ja agora não tem Remedio, e pr isso melhor he o Vmce compadecendoçe da Mulher, fazerlhe o q estiver ao seu Alcançe, e tenho a Honra de lhe Remeter a Çertidão do Facultativo q me esta asistindo, e logo q me Veja melhor, e com a perna dzinchada Irei aos seus pés,

como qm sou seu mto e mto Obrigado Venerador e Criado João Lino da Motta o Pintor e Afilhado do Sr Concelheiro João Anto Rois - Ferreira

PS dezejolhe a sua Saude e da sua Snra e da Snra D Antonia seu Genro, e qm mais lhe diz Respeito


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