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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0264

1633. Carta não autógrafa de Vicente Leitão Cordeiro, tratante, para Joana Rodrigues, sua mulher.

ResumoO autor dá instruções à mulher sobre como pôr-se a salvo da Inquisição fugindo para Sevilha com os filhos e os escravos.
Autor(es) Vicente Leitão Cordeiro
Destinatário(s) Joana Rodrigues Leitão            
De Portugal, Beja, Moura
Para Portugal, Faro
Contexto

Esta carta foi ditada pelo autor e escrita pela mão de um primo de nome João da Rosa Graça. O processo diz respeito a Joana Rodrigues de Leitão, cristã nova, mulher de Vicente Leitão (tratante de Faro), presa nos cárceres do Santo Ofício a 3 de janeiro de 1634 pelo familiar do Santo Ofício Francisco Vieira. Joana Rodrigues, de idade de 44 anos, natural e moradora em Faro, era filha de Francisco Rodrigues (mercador) e de Isabel Gomes, ambos cristãos-novos, e não sabia ler nem escrever. Casada com Vicente Leitão, tiveram duas filhas e um filho: Maria de São Bartolomeu (16 anos) e Isabel do Presépio (14 anos), ambas religiosas do Mosteiro de Montemor o Novo; e António Francisco (mais novo). Com vários familiares já presos na Inquisição, a ré foi acusada de judaísmo e heresia mesmo sendo batizada e crismada como católica. Depois de vários interrogatórios e de ouvidas várias testemunhas, a ré foi condenada a cárcere e hábito perpétuo, abjuração em forma, excomunhão maior com confiscação de todos os bens para o Fisco e Câmara Real, penitências espirituais e instrução ordinária.

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita na primeira face e com sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Évora
Cota arquivística Processo 6021
Fólios 5r
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Clara Pinto
Data da transcrição2014

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A Joana Roiz que deos gde em caza de Vte em faro Snra d alma

premita noso sor acharvos esta pas e saude que o que eu dezejo abaixo da salvasão eu vou saude mas tão desguostozo pellas novas que Acho nestes Caminhos que vou doudo em ConCruzão Snra de o meu Corasão deixei barquos creados e sse duarte fr do Crasto meu Amiguo se vier vindevos sua molher vosos filhos vosa mulata voso mullato e deixei tudo emcareguado A quem vos pareser que antes quero pedir huã esmola que padeser Afrontas e não fasais outra couza pellas chaguas de Xsus xpo e como cheguar a sevilha vos mandarei hu propeo ao sor frco nunes meu Irmão que he tempo de se por em Conbro

Ao sor duarte frz mandei chamar o pedi que eu nesta vos pesso que mo não pois sou seu Amiguo d alma , e de todos os que me pedirão bondade deos guarde a tenha da sua santa mão de moura oje outubro de 633 @

E nos Vejamos pao na mão fora de dezonras e frontas que As não quero ver por todo o prãto do mundo

Voso até a morte Vce Letão da cordeiro

Legenda:

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