PSCR1514 1793. Carta de Manuel Rodrigues para António de Melo.
Resumo O autor queixa-se daqueles que o puseram na prisão e pede ajuda ao destinatário.
Autor(es)
Manuel Rodrigues
Destinatário(s)
António de Melo
De
Portugal, Lisboa
Para
Portugal, Lisboa
Contexto O padre João Paulo da Costa, preso na cadeia do Castelo em Lisboa, denunciou ao corregedor do Crime do Bairro da Ribeira, Francisco Manuel Pinto de Mesquita, as más práticas do carcereiro, José Themudo. As quatro cartas incluídas no processo, cartas ora recebidas ora enviadas por presos, destinaram-se a corroborar a denúncia.
Suporte
uma folha de papel escrita em ambas as faces.
Arquivo
Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository
Feitos Findos
Fundo
Juizo Crime do Bairro da Ribeira
Cota arquivística
Maço 36, Documento 28, Apenso 27
Fólios
7r-8v
Socio-Historical Keywords
Tiago Machado de Castro
Transcrição
Tiago Machado de Castro
Revisão principal
Clara Pinto
Contextualização
Tiago Machado de Castro
Modernização
Clara Pinto
Data da transcrição 2015
Opções de representação
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Snr Antonio De Melo
Munto estimarei a boa saude
de vmce e de tudo quanto lhe respeita eu
neste emmundimo lugr padecendo
porem de todo o modo para lhe obede
çer Sr aqui me axo neste calaboiço
logo no dia 13 de março q foi qdo ti
ve a emfeleçeçidade de me prenderem
se bem que por emtrega nese mmo dia
respondi a hu conco de guerra pela
auzençia de bordo da nao e dipois
de se me fazer este conco dahi ha 5 dias
fui pedido pello Bo da Moiraria para
huma avirguação . Ds sabe qm disto
he culpado e ainda do resto querer
Je tirar de si o pezo pa eu com elle ca
regar por se lenbrar q eu me axava
Me axava em liverde e como estive 5 dias antes
de hir a segredo Andre gil me dise q pe tinha
caregado sobre mim pondere vmce o q
eu neste cazo devia fazer senão só ali
viar a ma ignoçençia sem paçar da
Risca e ainda Je ter o animo de se cons
pirar contra mim qdo nem elle nem
o maroto do Bappta tinhão persizam
de falarem em mim porem paçiençia
pençe vmce no estado em q me poderei
ver dipois de coatro annos de prizão
e logo ser prezo e ao mmo tenpo dezenpa
rarado de todo o mundo sem ter uma
só peçoa q me çecorra a dezenver
gonhada da joaquina dizem que
hé q foi a minha emtrega o que
não sei com verde porem esta me
tida de amizade com hũ porta
Bandeira do Regimto de penixe por nome
joão gomes cujo tambem foi a minha
prizão e por este motivo de mim não fas ca
zo nenhu e aqui me vejo somte pasando
com o soldo e o pão nestes termos se vmce
tiver ocazião de falar com ella lhe dira
vmce o q bem lhe pareçer fazendo em
tudo como honrrado q he e se vmce
se achar nesa caza com alguma fele
seçidade queira ter a bondade de me
emprestar dois pintos e de mos man-
dar por este portador q hé fiel
a mim do porçeso q me remeteo a Moi-
raria ainda se me não fes conco nem
sei se truxe ou não pernunçia nem
sei se se me deve fazer conco dipois de
se me ter ja feito outro da auzencia
porem
Porem como neste callaboiço estam
dezertores estes todos oje forão avizados
para amanhem se lhe fazer conco de
guerra por ordem do general nao
se sabe se sera pa o dipois serem serem
perdoados ou prq sera porem a mim
ainda me nao avizarão e o outro
conco q se me fes esta na mão do es
tilinho e ainda não sahiu e nem
sei no q rezultara hera pa elle
per
cizo empenho mas q ei de eu fazer
metido neste enferno q hé como qm esta
debaixo do xão hé vmce só a qm tenho
escrevido por me lenbrar o qto he hon
rrado e no cazo de lhe mereçer reposta
como ja dise sera por este portador
e fico pa lhe obedecer como qm hé de
vmce o mais atento cro
Manoel Rodrigues
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