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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor dirige-se à mulher e à sogra expressando a saudade que sente delas, da sua mãe e dos seus filhos, e aconselhando-as a, quando confessarem, falarem dos presos que acusaram a sua família e de outros cujos nomes envia numa folha, de modo a serem soltas rapidamente. |
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Autor(es) | Miguel de Castro e Lara |
Destinatário(s) | Maria Coutinho Brites Cardoso |
De | S.l. |
Para | [Brasil, Rio de Janeiro] |
Contexto | O réu deste processo é o advogado Miguel de Castro e Lara, cristão-novo, natural e morador no Rio de Janeiro, preso pela Inquisição em outubro de 1710 por culpas de judaísmo. Esta carta encontra-se no seu processo porque foi confiscada quando este partiu do Rio de Janeiro para Portugal, antes de ser entregue às destinatárias, a sua mulher, D. Maria Coutinho, e a sogra, Brites Cardoso, como consta da declaração que dá conta da sua apreensão, datada de 14 de abril de 1710. A mulher de Miguel de Castro e Lara, que é por ele tratada como prima, pois era prima direita da sua mãe, também foi levada para Lisboa na mesma época que o réu, assim como a maior parte dos familiares dos dois, incluindo a mãe de D. Maria Coutinho, a do réu, Branca Gomes da Costa, e vários irmãos, tios e primos de ambos. A carta ia acompanhada de uma lista contendo o nome de vários homens e mulheres moradores no Rio de Janeiro, presos ao mesmo tempo que Miguel de Castro e Lara e que, interrogados na Inquisição de Lisboa, acusaram o réu e os seus familiares de judaísmo e que o réu, por sua vez, também acusou durante a confissão. Na folha em que escreveu a lista, Miguel de Castro e Lara menciona que aquele é o rol dos presos "que podem dar uns nos outros" e que para eles não havia já remédio, mas adverte que não se fale dos que estão soltos, para os não implicarem, pois isso seria um "pecado grande". Provavelmente conheciam-se todos uns aos outros, já que muitos tinham ligações familiares, e procuraram apenas acusar aqueles que sabiam que estavam presos e, assim, apressar os seus processos, como Miguel de Castro e Lara recomenda à mulher e à sogra que façam nesta carta, embora ela não lhes tenha chegado. De facto, Miguel de Castro e Lara e a sua mulher foram soltos em 1711, assim como vários dos cristãos-novos presos ao mesmo tempo que eles. Contudo, isso não impediria os seus três filhos, Branca Maria (ver PSCR1565), D. Brites Cardoso e João Tomás de Castro, menores à data da prisão dos pais e que entretanto se tinham mudado para Lisboa, de serem presos entre 1726 e 1728, também por judaísmo. |
Suporte | meia folha de papel escrita em ambas as faces. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Lisboa |
Cota arquivística | Processo 4146 |
Fólios | 5r-v |
Online Facsimile | digitarq.arquivos.pt/viewer?id=2304118 |
Transcrição | Maria Teresa Oliveira |
Contextualização | Maria Teresa Oliveira |
Modernização | Clara Pinto |
Data da transcrição | 2016 |
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Mandaime
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