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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0502

1761. Carta de José Vitorino Guerreiro de Aboim, fazendeiro, para Pedro Afonso Pires de Barros, presbítero secular e prior da Igreja de São Romão.

Autor(es) José Vitorino Guerreiro de Aboim      
Destinatário(s) Pedro Afonso Pires de Barros      
In English

Private letter from José Vitorino Guerreiro de Aboim, farmer, to Pedro Afonso Pires de Barros, secular priest and prior of the church of São Romão.

The author warns a religious friend about a priest that he had received in his home.

The defendant in this process is the Spaniard Manuel Cristóvão Gonçalves da Mata, a novice at the convent of São Francisco of Jerez de la Frontera, Seville. Also known as the friar Serafim da Paz, he was married to Josefa Louzana Alvane. He was accused of saying the Mass without being a priest, uttering erroneous propositions and pretending that he had visions. The letters included in the process tell many details about his suspicious actions. He was later condemned to be publicly whipped and to row in the galleys for six years, among other punishments.

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Mto R snr Prior Po Affonço Pires de Barros

Meu amigo e snr do meu coração, veyo Vmce a esta qta hum dos dias da somana passada, por me fazer mes, e axou nesta caza ao R Pe q dis se xama Fr Seraphim da Pax, q esta manhãa sahio desta quinta dizendo hia pa Lxa., pa o seu Convento de Santa Apolonia; E porq tenho noticia, elle ficara hoje em caza de Vmce que ahí dormia como consta, o q athe agora ignorava, e logo direy, entro na duvida, se he ou não, verdro religiozo o do frade, e se he ou não sacerdote, despois de aver aqui do na capella desta qta sinco missas.

Chegou o dito religiozo a esta quinta, na da 3a fra q se contarão quatorze do corrte mes; e me dice avia saido de Espanha, aonde era conventual, no convento capuxo de S Lucas, pa as ordens de missa, q lhe dera o snr Bispo do Algarve a elle e a religiozo da mesma ordem capuxa, xamado Fr Angelo, q taobem dice ser seu Primo, E q ambos celebrarão missa em dia de dois, no Convto dos Capuxos de faro; e despois de aver estado e o seu companheyro e Primo, Em caza do Snr Bispo mais de mes; e se partirão na direitura de Lxa., dizendo hião estudar Theologia, pa despois hirem pregar; aos imfieis, gentios das nossas conquistas, na forma q se pratica no seu instituto.

Dice xegara á Va de Aljustar; e seu companheyro, e q este adoecera com hua inflamação grde nas costas, q lhe fizera, em razão das feridas, q nellas trazia, feitas pellas disciplinas q tomarão, dandolhe taobem huã grde febre; e q meu Irmão mandara Logo aSistirlhe logo o Medico e cirurgião q lhe sarjarão as costas; e q elle e o do Seu Primo sarjado, estiverão nessa caza, athe ao dia treze do corrte mes, em q o do P seraphim da Pax sahio de Aljuster: deyxando em nossa caza na da va ao do seu Primo Fr Angelo, convalecendo; mas incapax de fazer jornada; como o do Pe dice na preza de Vmce aonde taobem ovio dizer, o q elle contou, a respto da Prizão do capam mor de Aljuster, q suponho, não esquecera a Vmce tudo, o q na Sua prezença e na ma dice o do religiozo; q por esta razão o não repito.

Nesta ora xega o Almocreve da nossa caza, e outro creado nosso a esta qta, e me troxera carta de meu Irmão o Snr Affo Eloy; e antes de abrilla procurey aos doz creados, se trazia em sua companhia, ao P Fr Angelo, Espanhol Religiozo capuxo q na nossa caza avia ficado, doente e sarjado; os quaes me responderão, q tal religiozo não vinha em sua companhia, nem tinha estado em nossa caza doente; e ratificandome em apertadas perguntas com os moços, Elles estiverão sempre constantes, em dizerme, era verde o q me tinhão do, pois em nossa caza não estiverão frades castelhanos, nem saos, nem doentes; e abrindo a carta de meu Irmão, me não fala, nella, em averem ali estado, doentes; nem sãos, nenhus religiozos espanhoes; e me dis esteve prezo em casa dois dias por ficar rijo ao Juis vereador, porq não fazia huã diliga, q lhe parecia necacitarce prompta, pa descobirce o Ladrão do cofre da mizericordia e recolhendo o Juis de Fora, me o mandou prender em caza dois dias, e fazer Requerimto nenhũ O mandace soltar.

Como Vmce não a de Esquecer o q a respto desta noticia, Eu lhe dice, e o q a ella respondeo o Pe Seraphim da Pax, fica Vmce como eu, sabendo, q o do Pe he mentirozo, coberto em abito tão santo, com xpo. ao pescoço e sayba taobem, q não querem cama pa deitarce nesta caza, dormio em huã esteyra, na capella desta qta aonde quis ficar, a tito morar nella; mas he tão justificada a sua vida, q emvestio o meu moço e o precizou, a fazer lhe huã pulção na mesma Igreja, e deffendendoce este da da obra, por ser pecaminoza, lhe tirou o do Pe a duvida dizendolhe, não era peccado, e tornando a persuadilo ao mesmo dezaforo, no refferido Lugar, se tornou a escuzar o do moço com o mesmo fundamto, e então lhe dice o do Pe sim era peccado, mas era pequinino; e em ambas com efeito executou o do Pe o q pertendia, o q neste insto declara o do moço.

Eu procurey ao do religiozo pellas suas cartas de ordens, q elle me dice não trazia, pois tinhão ficado na mão de seu Primo em Aljuster, com outros mais papeis de sua religam, e não me persuadia do q debayxo de abito tão santo, podia aver, taes vilhacarias, o deyxey dizer missa; poren adeverti, elle o dizia com tantas imperfeiçoes e porq quasi A não sabia dizer, me fis seu Me de Cirimonias, e adevirti mtas vezes, entendendo q ser sacerdote de pouco tempo, e a compunção q mostrava, o fazião preturbar, e Comfundir; e sabe Ds, o q Era, e o q Serâ.

Como estas Couzas São tão graves, e podia pertenser ao tribal do sto offo, me pereceo, devia Logo Sem demora nesta noite, pollo na preza de Vmce per todo o refferido; pa q á vista de tudo, o q digo atras com a ponderação q deve; e aSerto ja costume; por q Salvar a ma Conciencia, e não ficar com escrupolos nella. Eu discorro q o do Pe religiozo da ordem de q tras o habito, mas entendo vem fugido de religan e anda apostata, e desconfio, não he sacerdote, porq vejo não sabe dizer missa, e neste cazo se o do Pe aqui estivera inda avia tomar huã de duas rezuluçoes, q Erão, mandalo por força; ou por geito pa o Convto dos Religiozos do Torrão, escrevendo ao gor do do Convto O mesmo a Vmce tenho escrito, ou envialo pa o Convto de Alcere, pa onde elle dis vay Embarcarce pa Setuval, com a mesma recomendação. E isto q Eu fizera lembro Vmce q o pode fazer, com suavidade, mandando o Seu escravo, em Companhia do do religiozo a tito de o guiar e emCaminhar athe Alcacere, e escrever ao gor do do Convto, o q a Vmce tenho do, do qal trabo Vmce se pode livrar remetendolhe esta carta, pa q gor ponha em segurança no do Convto e o do religiozo, pa q estando Seguro, possa avizar do refferido ao Perlado do Convto de Santa Apolonia de Lxa. pa onde elle dis vay, ou remetelo Seguro e comboyado ao mesmo Convto não tenho tempo pa mais dezo a Vmce Saude e vida, e lhe peço ms empregos de servilo DS gde a Vmce ms as qta de Sanclares 21 Abril de 1761

de Vmce Ao do Coração, e servo mto Obrigdo Jozé Victrno guerro de Aboim

Se Vmce quizer escrever pa Aljuster mande a carta amanhaã huã pa esta qta


Legenda:

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