Autor(es) |
José Cupertino da Fonseca e Brito
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Destinatário(s) |
Dom João VI
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In English
| Letter from José Cupertino da Fonseca e Brito, a high magistrate, to King Dom João VI. The author tells the addressee how he proceeded in order to arrest the conspirator Joaquim Teles Jordão . In 1822, in the aftermath of the liberal revolution in Portugal, the suspects of a counter-revolutionary coup were prosecuted by the Royal justice. The official version of the coup was described in the 'Diário do Governo' (Cabinet Journal) as the act of «evil anarchists and ambitious conspirators who wanted no less than barbarically cover with blood our happy Regeneration, put our Homeland in mourning, depose the King and take down the House of Deputies ('Cortes')». Five suspects were immediately arrested: Francisco de Alpoim e Meneses, a businessman, Januário da Costa Neves, a knight of the Order of Christ, officer of the Military Ministry of the Army, Manuel Ferreira, a footman, and João Rodrigues da Costa Simões, an apprentice printer.
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Senhor. = No dia 13 do corrente tive a honra de participar a Vossa
Magestade tudo quanto havia occorrido sobre a diligencia da prizão de Joa
quim Telles Jordão, que Vossa Magestade houvera por bem mandar-me encar
regar por portaria do primeiro do actual mez, e como o esperava n'aquel
le dia prezo, pois que o havia mandado conduzir por uma escolta. Eu,
Senhor, não podia já ter receios alguns a respeito de tal diligencia: o Escri
vão, que eu havia mandado era incorrumptivel, zeloso no cumprimento de
seus deveres, e assaz habil, e da escolta não podia eu desconfiar, nem havia
razões algumas de esperar que ninguem se arrojasse a querer-lhe tirar o
preso, que não tem amigo algum alem de seus proprios irmãos. Pelo
que, e porque as noticias dos manejos, que os inimigos do presente sis
tema de Governo fazião em diversas terras da comarca, e particularmente
n'este paiz de Cêa me fizerão entender que era aqui necessaria a minha
presença, parti da Guarda deixando o juiz de fora encarregado de pro
videnciar por occasião da chegada do ex-brigadeiro alguma cousa
que fosse necessario, que eu julgava nada seria, porque ao escrivão
tinha eu dado as precizas instrucções para se governar até Gouveia,
aonde eu vim combinar com o Major commandante do batalhão
o mais que me pareceo conveniente para a conducção segura do preso
até Lisboa, não me tendo esquecido pedir ao general da provincia
dous soldados de cavalleria para o acompanharem, associados á
escolta do batalhão para isso destinada, os quaes effectivamente elle
enviou a Gouveia. No dia quinze chegei a esta villa de Cea,
e hontem dezesete em logar de ver chegar o preso, como esperava, re
cebo a noticia de que elle fugira, e escapára á escolta á entrada
mesmo da cidade!...; eis aqui, Senhor, como o caso aconteceu, e me
he relatado- No dia quatorze de manhaa partio o preso da pra
ça d' Almeida a cavallo em uma cavagaldura, que o Governador
tinha para esse fim requesitado ao Juiz de fora, acompanhado do
escrivão tambem a cavallo em uma egoa propria d'elle, e escoltado
por doze soldados do referido batalhão commandados por um sar
gento: vierão ficar a Pinzio duas e meia legoas da Guarda; d'on
de, segundo as ordens, reenviárão a cavalgadura em que vinha o
preso; e como este repugnasse em vir a pé requererão ao juiz da
terra, que lhe fizesse apromptar outra; o que elle não fez, e então
o escrivão para não ver por mais tempo paralisada a marcha,
offereceo ao preso virem alternadamente por espaços na egoa
do mesmo escrivão; e assim vierão até ao chamado chafariz de
, que fica á entrada da cidade, enxergando-se já