Representação em facsímile
[1801]. Cópia de carta de António Manuel Leite Pacheco Malheiro e Melo recriminando sua filha, Maria da Trindade Portugal.
Autor(es)
António Manuel Leite Pacheco Malheiro e Melo
Destinatário(s)
Maria da Trindade Portugal
Resumo
O autor informa a filha de que tomará o partido de uma criada, e não dela, num litígio entre as duas.
Retirouse a Criada para Caza de seu marido,
por temer algum insulto: Mas ainda ali não so
cegou a tua Colera de perseguila, empenhandote
com o Juis do Crime do Bairro para concorrer para
a satisfação do teu genio, fazendo prendela na sua
propria caza, e leva-la ignominiozamente entre dez
homens para o limoeiro, aonde esteve todo o dia, e
aonde lhe foi intimada huma ordem delle, que chamava
termo, para que ella despejasse o bairo
dentro de tempo certo; mas sem que ella o assig
nasse nem por si, nem por outrem.
Todos estes factos forão requeridos por ti, e obrados
pelo Juis.
He verdade que Eu a portejo, e a sim razão, e
dezaforo, com que foi injuriada, e o meu Respeito.
Eu estou em Campo para lhe acudir, e defendela
no que poder, não em meu nome, mas com as
minhas deligencias, solecitando.
Eu te seguro, que athe onde chegarem as mi
nhas forças a hei de proteger; porque esta defeza
não só por ella a terei, mas por honra minha,
e Grandeza a hei de praticar.
Basta só, que saibas, que a vista do que te
nho largamente relatado eu espero ver os
procedimentos, que determines continuar