Resumo | Francisco Vaz escreve ao irmão, dando notícias da terra e pedindo favores relacionados com a hipótese de não ser incorporado nas milícias. |
Autor(es) |
Francisco Vaz
|
Destinatário(s) |
Diogo Lopes
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De |
Portugal, Elvas, Campo Maior |
Para |
Portugal, Lisboa |
Contexto | Esta carta foi enviada por Francisco Vaz para o seu irmão, que foi acusado de falsificar uma procuração. Nela, conta-lhe como vão as coisas por Campo Maior em relação à sua família e à difamação por causa do caso. No processo explica-se que Manuel Lopes, fanqueiro de Campo Maior, indo de Lisboa para a sua terra, parou em Aldegalega numa estalagem para pernoitar. Nessa estalagem encontravam-se António Xavier da Costa Leitão e Caetano José Duarte, oficiais de Justiça, que estavam a registar os viajantes que pernoitavam na estalagem. Manuel Lopes teve de mostrar as guias de fazendas que trazia consigo e também teve de pagar seis moedas de ouro para passar alguma mercadoria de contrabando. Mais tarde, Manuel Lopes acusou-os, através de Requerimento, pois pretendia reaver o seu dinheiro. O caso veio a envolver identidades e procurações falsas, tudo em função da referida quantia de seis moedas de ouro. |
Suporte
| meia folha de papel dobrada escrita nas duas primeiras faces, e com sobrescrito na última. |
Arquivo
| Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository
| Casa da Suplicação |
Fundo
| Feitos Findos, Processos-Crime |
Cota arquivística
| Letra C, Maço 12, Número 27, Caixa 31, Caderno [1] |
Fólios
| [32]r-[33]v |
Transcrição
| José Pedro Ferreira |
Revisão principal
| Cristina Albino |
Contextualização
| José Pedro Ferreira |
Modernização
| Clara Pinto |
Anotação POS
| Clara Pinto, Catarina Carvalheiro |
Data da transcrição | 2010 |
Meu Mano
campo mor 7 de Julho
de 1809
Com grande gosto Recebi a q me
mandastes, por me sertificares
da
tua boa saude, eu Vou passando como o Sr he servido a familia
fica boa graças a Ds
Mano hum grande e sumo gosto tive
logo q
Recebi a carta a fim de saber o q nalla me anusiavas
de nos vin
gares de huma injuria tão grande q recebemos daquelle
mao homem, e o munto q estimei da clareza q mandastes a
da dispeza que fizestes, pois as seis moedas d oiro q recebeo
o dito
suge forão 36 pezos duros e afora duas pesas de
marutinhos
q tirou tambem, asim estivemos metidos
entre ladroens.
e Manoel tambem te agradese mto e dis q vejas se
lhe man
das o dinheiro em metal, pois qdo forem os Almocreves
em
tão te iscrevera ora peçote q me fasas o favor, de me manda
res
as sentença dos tais sugetos q forão castigados, e asoita
dos pa sabemos
as Culpas dos tais endevidos, e a Repto das
meias e navalha não me
detremino a q venhão pois se
eu puder Alcançar humas
caxas na rua de S Pedro em
tão hirei á esa corte pa o mes
de dezebro Allias q
se as ditas caxas Alem
de q me vejo mto presegido pa
ra as malicias pois aqui
se vai a furmar huma com
panhia esta pa hir pa Villa Viçoza
logo q esteja completa
pois eu tenho huma atestação do medico e surgião mor, e
estas reconhecidas por tabalião asim Veremos se me
poso
emzentar de q tereis grande
gosto, porq se for sera o maior
dezarranjo pa mim q tenho tido
temendo da ma moles
tia não vai eu a morrere Algum ispital asim
pareseme
q o rremedio q terei he mandaTe as ditas
duas atestaçoens
a q tu me Alcançes de lá o avizo pa ficare enzente
das
malicias a fim de istralare a castanha na boqua Alguns
endevidos q ese gosto
tem asim tu rrezolveras o q bem
te praçer pois
bom he q os filhotes da nossa terra sabão
q tu tambem tem algum pretimo
nessa corte pois a
repto do primo todos q o tem sabido fiquam adimirados
pois se eu chegar a hir a esa corte nos falaremos a Re
peto de serto emprego q eu pretendo
ainda q dei d elvias
vinte
muedas d oiro não te quero ser
mais oportuno mtas recomendaçoens de toda
a nossa
familia e do primo e minhas como tas desejo
deste teu mano
Franco Váz.
tua cunhada
maria te manda mtas recomendaçoens ja q tu não
lhas mandas mandame a dizer os
rapazes q tem dizembarcado com os inglezes
se he o Anto Joaqm e o carrilho e João mendes;