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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1809. Carta de Francisco Vaz, carcereiro, para Diogo Lopes, soldado, seu irmão.

ResumoFrancisco Vaz escreve ao irmão, dando notícias da terra e pedindo favores relacionados com a hipótese de não ser incorporado nas milícias.
Autor(es) Francisco Vaz
Destinatário(s) Diogo Lopes            
De Portugal, Elvas, Campo Maior
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Esta carta foi enviada por Francisco Vaz para o seu irmão, que foi acusado de falsificar uma procuração. Nela, conta-lhe como vão as coisas por Campo Maior em relação à sua família e à difamação por causa do caso. No processo explica-se que Manuel Lopes, fanqueiro de Campo Maior, indo de Lisboa para a sua terra, parou em Aldegalega numa estalagem para pernoitar. Nessa estalagem encontravam-se António Xavier da Costa Leitão e Caetano José Duarte, oficiais de Justiça, que estavam a registar os viajantes que pernoitavam na estalagem. Manuel Lopes teve de mostrar as guias de fazendas que trazia consigo e também teve de pagar seis moedas de ouro para passar alguma mercadoria de contrabando. Mais tarde, Manuel Lopes acusou-os, através de Requerimento, pois pretendia reaver o seu dinheiro. O caso veio a envolver identidades e procurações falsas, tudo em função da referida quantia de seis moedas de ouro.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita nas duas primeiras faces, e com sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra C, Maço 12, Número 27, Caixa 31, Caderno [1]
Fólios [32]r-[33]v
Transcrição José Pedro Ferreira
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização José Pedro Ferreira
Modernização Clara Pinto
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2010

Page [32]r > [32]v

Meu Mano campo mor 7 de Julho de 1809

Com grande gosto Recebi a q me mandastes, por me sertificares da tua boa saude, eu Vou passando como o Sr he servido a familia fica boa graças a Ds Mano hum grande e sumo gosto tive logo q Recebi a carta a fim de saber o q nalla me anusiavas de nos vingares de huma injuria tão grande q recebemos daquelle mao homem, e o munto q estimei da clareza q mandastes a da dispeza que fizestes, pois as seis moedas d oiro q recebeo o dito suge forão 36 pezos duros e afora duas pesas de marutinhos q tirou tambem, asim estivemos metidos entre ladroens. e Manoel tambem te agradese mto e dis q vejas se lhe mandas o dinheiro em metal, pois qdo forem os Almocreves emtão te iscrevera ora peçote q me fasas o favor, de me mandares as sentença dos tais sugetos q forão castigados, e asoitados pa sabemos as Culpas dos tais endevidos, e a Repto das meias e navalha não me detremino a q venhão pois se eu puder Alcançar humas caxas na rua de S Pedro emtão hirei á esa corte pa o mes de dezebro Allias q se as ditas caxas Alem de q me vejo mto presegido para as malicias pois aqui se vai a furmar huma companhia esta pa hir pa Villa Viçoza logo q esteja completa pois eu tenho huma atestação do medico e surgião mor, e estas reconhecidas por tabalião asim Veremos se me poso emzentar de q tereis grande gosto, porq se for sera o maior dezarranjo pa mim q tenho tido temendo da ma molestia não vai eu a morrere Algum ispital asim pareseme q o rremedio q terei he mandaTe as ditas duas atestaçoens a q tu me Alcançes de o avizo pa ficare enzente das malicias a fim de istralare a castanha na boqua Alguns endevidos q ese gosto tem asim tu rrezolveras o q bem te praçer pois bom he q os filhotes da nossa terra sabão q tu tambem tem algum pretimo nessa corte pois a repto do primo todos q o tem sabido fiquam adimirados pois se eu chegar a hir a esa corte nos falaremos a Repeto de serto emprego q eu pretendo ainda q dei d elvias vinte muedas d oiro não te quero ser mais oportuno mtas recomendaçoens de toda a nossa familia e do primo e minhas como tas desejo

deste teu mano Franco Váz.

tua cunhada maria te manda mtas recomendaçoens ja q tu não lhas mandas mandame a dizer os rapazes q tem dizembarcado com os inglezes se he o Anto Joaqm e o carrilho e João mendes;



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