PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1821. Carta de António José Cabral de Melo e Pinto, desembargador e corregedor, para Maria dos Prazeres Soares de Abreu e Melo, sua mulher.

ResumoO autor acusa a mulher de perversidade, de o enganar e de nem sequer ter amor pelos filhos.
Autor(es) António José Cabral de Melo e Pinto
Destinatário(s) Maria dos Prazeres Soares de Abreu e Melo            
De Portugal, Beja
Para S.l.
Contexto

O réu deste processo é António José Cabral de Melo e Pinto, desembargador e corregedor da comarca de Beja, considerado culpado da morte da mulher, Maria dos Prazeres Soares de Abreu e Melo, e condenado a degredo perpétuo. No processo existem várias cartas, na sua maioria lidas e copiadas pelos advogados. Há cartas escritas pelo réu à sua mulher, e cartas escritas pela mulher a várias pessoas. O primeiro conjunto de cartas foi utilizado pela defesa para demonstrar como entre marido e mulher não havia qualquer animosidade. Um segundo conjunto foi já utilizado pela acusação para mostrar que o réu duvidava da fidelidade da mulher e por isso mesmo ter-se-ia fingido vítima de um assalto, no decurso do qual Maria dos Prazeres fora assassinada. Segundo a acusação, no assalto estariam implicados os criados do desembargador, seus cúmplices. A carta transcrita, assinada por A., foi parar às mãos do juiz de Viseu durante o processo, mas a defesa do réu alegou tratar-se de documento falsificado.

Suporte meia folha de papel dobrada, escrita em todas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra A, Maço 4, Número 12, Caixa 11, Caderno [22]
Fólios 24r-v
Transcrição Cristina Albino
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Cristina Albino
Modernização Sandra Antunes
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Page 24r > 24v

Beja 3 de 8bro 1821

Re a tua e vejo o q me dizes podes mandar Logo pelo siguro o pano e as meas pa Lxa a Joze Joaqm Tavares de Carvo não porq não pa aqui siguro de encomdas da Beira, mas porq eu conto de hir brevemte aquella Cide de passagem pa ahi visto q no Corro de hontem se me dizia q a ma Licenca de tres mezes se estava passando; e como quero as siroulas de feitio que ahi nam sabem fazer-se, em Lxa mda o do Tavares fazer-mas num momento, e eu escuzo de Levar pa daqui tanta roupa. Tendo visto a grde demora q os piquenos tem tido em escreverme concluo q tem andado a aprender dipois q eu te despertei hua obgam de q tu não devias esquecer-te, e faço idea q elles se achão no mais disgraçado estado em todo o sentido cauzandome a maior admiracão não terem tido mta sezão pelo sol q devem ter apanhado, frutos verdes, cabeça descoberta, e tudo o mais q proprio de creancas e fo do teu abandono e pouco amor q lhe tens, pois q se no teu Coram ouvece hua



Representação em textoWordcloudManuscript line viewPageflow viewVisualização das frasesSyntactic annotation