Representação em facsímile
[1500-1599]. Carta de Palleiron para a sua comadre.
Autor(es)
Palleiron
Destinatário(s)
Anónima31
Resumo
O autor dá conta à sua comadre, ao que parece residente em França, de que chegou bem a Lisboa, apesar de o navio onde seguia ter sido “destroçado” por espanhóis durante a viagem. Em consequência, foi forçado a seguir para Portugal dissimulado em hábito de peregrino. Pede também a entrega de diversos recados e informações comerciais.
Mynha comadre mynhã boũa amygua eu vos aviso
como nos estamos em esta cidade de
Lixboũa
saãos
graçãs a ds o
q nõ foee sem grande trãbalho
p
q nos cõveoo tomar
porto a vmr omde os
espanhões nos destroçarõ e nos cõveoo
hir
por tera atee santiago em abitos desymulados
a
mỹ acõteçeo bem q nõ tinha vestidos por
q tudo me ficara das novas de qua
nos
nõ podemos despachar nada em
q o coreo q
leva
estas cartas nõ sejã vỹdo de frança o
q
me sera bem lomge se eu poso escapar
jamães
homẽ me tomara desta sorte. eu escrevo a pedro
tonalhe
a bordeos
q logo vos mãde estas cartas
a fym
q me mãdees e escrevaes por elle todas as
novas de la nõ ha senõ hũa cousa que me pesa
do dinheiro de
chevilỹ se lartige nõ volo mãda
escrevelhe
q vollo mãde a fym
q nõ tenhaees
paixã as cedulas estã em casa de
preyam
quilbigão meu hospede tem a das sasenta
lb do dito thonaile e
hũa de quorẽta lb
q
sam minhas e lhe faze bem escrever e como
eu
fuy qua trazido e asy se teverdes novas de
marseylhas e de minha mãae e de todos nosos
amygos de la
se me pareçera q avia de viir
pa aqui e trouxera mercadaria ganharase