Representação em facsímile
[1600]. Carta de Francisco Correia da Silva, criado, para Dom Vicente Nogueira, cónego da Sé de Lisboa.
Autor(es)
Francisco Correia da Silva
Destinatário(s)
Vicente Nogueira
Resumo
O autor diz ao destinatário que ele é o responsável pela sua desonra e que se foi embora levando o seu dinheiro. Avisa-o ainda de que o desonrará publicamente se ele denunciar o caso.
Não tem vm de que tomar paixão
Alguma pella grande descortezia q cometi
em largar todo o meu remedio e me ir
por este mundo porq mais quero padecer
Trabalho e mizerias do q ser dezonrado ainda
q por fazer isto q fis o ei de ser: Vm
cuide q nunqua me vio nem me conhe
ceo e asim não faça cazo disto q lhe levo
que cuido o não fara e nem o descubrira
ao ldo e quando de todo en todo vm quizer
precurar Alcansarme pa me fazer dar castigo
vou pa setuval aonde estarei huns dias
mas poucos mas eu entendo se não querer
Vm desomrar e não cuide que he pequena
a que a de ter porq eu sou hum d moço
que se me da pouco da vida e dase me
pouco a padeser deshonra quando for
forçado e vm darselhe ha mto q se saiba
o q eu sei de vm porq tenho quem quei
ra ser minha testemunha