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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1622. Bilhete de Guiomar de Sousa para [Joana de Vitória, sua prima].

ResumoA autora pede à sua prima que dê os pêsames a uma outra prisioneira, em seu nome, e que a informe sobre quem lhe deu a notícia da morte a que se refere.
Autor(es) Guiomar de Sousa
Destinatário(s) Joana de Vitória            
De Portugal, Lisboa, cárcere da Inquisição
Para Portugal, Lisboa, cárcere da Inquisição
Contexto

A ré deste processo é Guiomar de Sousa, cristã-nova, presa em abril de 1620 por judaísmo. Vários membros da sua família foram acusados de judaísmo por Miguel de Sousa Santiago, marido de uma prima em segundo grau da ré, Joana de Vitória, em 1616, sendo presos ao longo dos anos seguintes. Esta carta foi entregue na mesa da Inquisição a 14 de abril de 1622 por João de Sousa, guarda do cárcere. A 18 de março desse ano, Guiomar de Sousa dera-lhe uma tigela com azeite e dois ovos e pedira-lhe que a trocasse na cozinha, para que a consertassem, mas, como João de Sousa se demorou antes de ir fazer o pedido, Guiomar de Sousa quis que ele a devolvesse, levando o guarda a desconfiar que aquele pedido não era inocente. Assim, examinou a tigela e encontrou nela um pequeno bocado de miolo de pão, no qual se achava escondido um bilhete que supôs ser dirigido a Joana de Vitória, pois esta era a única familiar da ré que trabalhava na cozinha. Guiomar de Sousa tentou reaver o bilhete, dizendo ao guarda que esquecesse o caso, que não era nada de especial, mas João de Sousa fingiu que não o vira, sossegando-a, e guardou-o, dando notícia do acontecimento ao alcaide e entregando-o, passado um mês, aos inquisidores. O bilhete encontra-se solto a seguir ao fólio 9v que contém o testemunho do guarda.

Suporte um oitavo de folha de papel escrito em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 10097
Fólios [9a]r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2310257
Transcrição Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Clara Pinto
Data da transcrição2016

Page [9a]r > [9a]v

são tan grandes os males desta caza e tanto pa sintir q não dam lugar a outros e como temos por serto q tudo he governado por ds cõtudo lhe dou grasas e cõformo sua vontade ele aja por ben tirarnos por suas cagas de tão escuro cativeiro bon livramento amen e mandeme dizer quen dise a sua vizinha esa nova tan triste



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