Representação em facsímile
1633. Carta de Domingos Monteiro (o Chapado), artilheiro, para o seu pai, Domingos Francisco (o Chapado), barbeiro de espadas.
Autor(es)
Domingos Monteiro
Destinatário(s)
Domingos Francisco
Resumo
O autor relata o que tem passado e garante o envio de certas encomendas, transmitindo muitas lembranças a familiares e amigos. Comenta uma série de factos que tem vivenciado naquelas partes do Oriente, como sejam a prostituição, o custo em amealhar dinheiro, a carestia dos bens, as ordens régias que obrigavam à permanência por longos períodos e os salários competentes, as relações adulterinas dos portugueses, o seu desinteresse em manter contacto com as suas mulheres e família em Portugal, entre outros.
com ajuda de deos principio de ter quatro vinteis de meu pa
ir ver a Vm e emquanto, não for andoos ajuntando não
faltarei a Vm emquanto qua estiver sempre com o que
puder, eu mandarei o vestido pa nossa snora a Vm o mais
depresa que puder mandeme Vm dizer quando me escre
ver, se Cazou outra ves porque o sonho as mais das noites
e festizalo hei mto e farei com hesa snora de que o tenho
de obriguacão a quem pesso se asim for que tenha mto cudado
de Vm e da sua linpeza semelhante quem esta em gloria
tenha de Vm não falo a Vm em joão Remes porque me
deu por o que lhe fis na sua doensa e mais seu filho bom
paguo aserqua do que tinha fiquado comigo mas he mais
amiguo de tres copos e he os de bom vinho que de dous so elle
por ter o veador, da fazenda fiquou trabalhando pello
seu oficio em goa em Caza de anto de siqueira meus recados
me de ao sor Jorge vas e ao sor anto roiz, a bencão de deos
e a de Vm me acompanhe e me ajude e me emcaminhe
por onde for e andar e me leve mto sedo diante dos olhos
de Vm antes que nosso sor o leve pa sim a quem ds gde por lar
gos annos como este filho de Vm lhe dezeja de diuu
hoje vinte de dezenbro de 633 annos
Dominguos Montro