Resumo | O autor conta ao destinatário sobre o trabalho que deu tratar de um negócio do amigo. |
Autor(es) |
Francisco da Graça
|
Destinatário(s) |
Anónimo429
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De |
Portugal, Moncorvo, Torre de Moncorvo |
Para |
Portugal, Braga |
Contexto | Processo volumoso com vários recibos, ali incluídos por alguém que tinha a perfeita consciência do seu valor enquanto prova documental dos factos. Os embargos apresentados por João Pires Valente, da vila de Mós, eram relativos a rendas dos quintos de Mogadouro e terças de Mós e de Urros (do ano de 1712 a S. joão de 1714), em resposta a uma execução movida pela Mitra Primaz ao suplicante e seu sócio. Neste sentido, o suplicante recusava-se a pagar coisa alguma. O frei Francisco da Graça era irmão de João Pires Valente e as cartas que escreve referem-se a este (PSCR0580, PSCR0581 e PSCR0582). |
Suporte
| meia folha de papel não dobrada escrita apenas no rosto. |
Arquivo
| Arquivo Distrital de Braga |
Repository
| Relação Eclesiástica |
Cota arquivística
| Maço 3, Processo 39 |
Fólios
| 123r |
Transcrição
| Leonor Tavares |
Revisão principal
| Clara Pinto |
Contextualização
| Ana Leitão |
Modernização
| Clara Pinto |
Data da transcrição | 2015 |
Meu Amigo e meu Sor Não
respondi a de Vm a huã por-
falta de portador q suposto
os tenha havido como estou ca
neste retiro o não sei e mais,
como este negocio tem tomado,
varios caminhos sem resulução
não se sabia o q se avia de es-
crever; e foi tão longe do q Vm
na sua me dezia de q meu Ir
não avia de ter torvação q ja su
ponho o Vm saberá q dipois
do sor Pai prezo tendo o Dor ja
feito socresto pellos seus oficiais
a meu Ir se foi lá em pessoa a
fazer outra com mais rigor q
ainda hoje está minha cunhada
sobresaltada e meu Ir em carta
lá q tãobem o queria prender
achasse isto ca nas letras da Tore
lá nas dessa terra não sei se sera
assim; Vendo eu o desemparo da
caza de meu Ir e a rigoroza pri
zão em q o sor Pai se acha e q
Vm deve mto mto reparar, me fui ter com elle pa aver de se por livre
e tratar do remedio destas couzas pois ja o sor Pai remediou outras de
mayor soposição não tendo o arimo de Vm q se acha hoje com
tantos creditos nesta terra; e não tem Vm nehum em o ter ali
(bem me pode emtender) Asentamos em q Vm a puzesse fora com fian
cas novas ficando meu Ir desobrigado della q se joeire tudo o da ren
da q não será tão pouco sendo percurado pello sor Pai q botará em
coatro mil cruzados e feitas estas contas toda a perca q ouver quer meu
Ir emtrar a essa com a sua terça parte como socio e tudo o mais direito
renunciará a duzentos mil reis q no trespasse dos quintos lhe davão como
o sor Pai sabe abrase este comcerto olhe pa o sor Pai em q estado esta e
olhe pa a sua reputação e agradecame o mto trabalho q tenho tido neste ne
gocio porq se eu não fora quiça não se fizerã este asento q ambos eu e o sor
Pai asemtamos e emtenda q está minha carta sirva por escritura q se lhe
não há de faltar a nada, e se se duvidar logo logo fará meu Ir escritura
pa satisfazer as perdas a q tocar a sua terça avendoas, e e toda a demora
he proveito pa os escrivais e mais oficiáis. a quem ds gde oje da Tore
a 9 de Julho de 718
Amigo ex Corde
Fr Francisco da graça