O autor responde a uma carta de Maria Elena (PSCR4509), rejeitando a sua proposta de utilizar os poderes de procuração de utilização de herança para libertar o irmão, preso. Justifica esta recusa com o facto de não querer intervir na justiça, apesar de reconhecer que Gaspar estaria preso por responsabilidade de Lourenço, irmão de Maria Elena e Gaspar.
Illma Snra D Ma Elena de Souza Mexia Galvão
Mto ma Snra sem faltar com a devida veneração às estimaveis
Letras de Vsa q hontem recebi; comfesso me não permite aventura
de tão elevada honra, proporçionado, e bem completo o desvaneçimto oprimido com o pezar do motivo, q deixaria ja de contristarme,
se a providençia, q tudo governa, fosse igual pa todos, e como o não he,
de fina forca, sofre seu mano os incomodos, q padeçe, e eu a amar a
aflicção de não satisfazerme em prosperar, por impossebilitado
pa requerimtos; q não ignoro justissimos, e mto menos a cauza q efeitu-
ou os de sua prizão: Pois tenho cabal conhecimto do caracter, e con-
duta do sr Lço Anastaçio, de qm confio a boa diliga pa qto reçeyo, e
tambem, q a demora da aplicação de remedio á liberde do mizeravel
prezo, venha a ser seu mayor verdugo, e a milhor firmeza dos male-
volos projectados disignios de seu irmão: Queira N Sr acudir ao
dezamparo, em q ambos se achão, cada hum por seu diferente principio.
Viva VSa certa q dezo mto mto servila, e sempre prezarei infinito as
suas ordens, a q serâ indefectivel a ma aleda. Ds Gde a VSa ms ns
Lxa 26 de Junho de 1779