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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

[1660]. Carta de António Fernandes, enfermeiro, para Francisco Grizante, capitão.

ResumoO autor pede ao destinatário que lhe envie um paciente ao Hospital Real, pois está doente e não pode ir visitá-lo.
Autor(es) António Fernandes
Destinatário(s) Francisco Grizante            
De Portugal, Lisboa, Hospital de Todos os Santos
Para Portugal, Lisboa, Rossio
Contexto

O réu deste processo é Jerónimo da Costa Brandão, rendeiro de Abrantes, preso pela Inquisição de Lisboa a 12 de dezembro de 1656 por judaísmo. Em janeiro de 1659, várias pessoas foram chamadas a testemunhar afirmando que o réu se encontrava "fora do juízo": "pasmado", não respondia ao que lhe diziam, mas repetia o que lhe perguntavam e às vezes "falava a propósito" e outras vezes "a despropósito". Feitos exames e diligências, chegou-se à conclusão de que a doença do réu não era um mero fingimento e, assim, no fim do mês, Jerónimo da Costa Brandão foi enviado pelos inquisidores para o Hospital Real de Todos os Santos para se curar. Após mais de um ano, a 1 de setembro de 1660, um médico do hospital certificava que Jerónimo da Costa Brandão estava curado e, pouco depois, o réu foi visitado por ordem dos inquisidores que acharam os escritos presentemente transcritos na sua posse. A primeira carta (PSCR0395), segundo o acrescento que lhe foi feito no topo, foi entregue na mesa da Inquisição por Simão de Miranda Henriques, familiar do Santo Ofício, a 6 de outubro de 1660. As restantes foram entregues por António da Mata Falcão, médico do Santo Ofício, que o visitou no dia seguinte. Durante o seu internamento no hospital, Jerónimo da Costa Brandão teria tentado enviar cartas a um banqueiro de Lisboa, Gonçalo Mendes Garcia (a quem tratava por tio, embora não se conheça parentesco entre ambos), na casa do qual os seus irmãos mais novos se tinham refugiado, após a prisão dos seus pais e irmãos mais velhos. De acordo com a carta PSCR0399, depreende-se que enviava as suas missivas por intermédio de um enfermeiro, talvez António Fernandes, autor da carta PSCR0396. O réu dirige ainda uma carta ao seu tio materno, Manuel da Costa Brandão, morador em Roma, e menciona o seu nome várias vezes na sua correspondência.

Em dezembro de 1660, Jerónimo da Costa Brandão regressava aos cárceres da Inquisição de Lisboa, sendo depois libertado em fevereiro de 1662 com confisco de bens, abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo e penitências espirituais.

Tem acrescentada na margem inferior do rosto: "Estes escritos trouxe à Mesa o Dr. António da Mata Falcão em 7 de outubro de 1660".

Suporte meia folha de papel dobrada escrita no rosto do primeiro fólio e no verso do segundo.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 7340
Fólios 60r, 65v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2307413
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2017

Page 60r

Capita Grizante frco grizante

Q vm pase em saude festegarei gozea vm com Mta saude como vm dezeja

O ser emfmeiro desta santa casa; estou doente e por iso com vm não vou ter nesta santa caza estava de caza de vm hum s cargento e inda Mal de seus achaques seja vm servido se o tem em sua caza mandalo Pa esta santa caza q não quizera q nenhum doente q a esta santa caza visto eu ser emfermeiro da sua emfermaria não aja falta em vm o remeter ou busqueo onde estiver e mo mande fico serto vm me não faltara e mandarme em q o sirva espital d el Rei segda fra

O emfermro Anto frz


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