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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1739. Carta de Manuel do Paraíso, padre, para Francisco Lopes, padre e notário do Santo Ofício da Inquisição.

ResumoO autor pede ao destinatário que lhe faça o favor de o patrocinar uma vez que foi castigado por confessar uns homens na sua sela.
Autor(es) Manuel do Paraíso
Destinatário(s) Francisco Lopes            
De Algarve, Portalegre, Convento de Nossa Senhora do Loureto
Para Portugal, Évora
Contexto

Este processo diz respeito ao padre Manuel do Paraíso, da ordem de São Francisco do Algarve, natural da Charneca (Lisboa) e morador no Convento de Nossa Senhora do Loureto em Santiago do Cacém, acusado de solicitação. O réu foi comissário dos terceiros em Montemor o Novo, tinha 40 anos de idade, era filho de Luís Rodrigues e de Luísa de Araújo. Foi preso a 21 de Agosto de 1726 e condenado uma primeira vez a suspensão do exercício de suas ordens por tempo de cinco anos, impedido de confessar para sempre e degredo por dez anos para o Convento de Estombar com dois anos de reclusão no cárcere, penas e penitências espirituais. Como o réu não cumpriu a sua pena, voltando a confessar na sua sela como se pode ver pela carta por ele escrita, foi condenado uma segunda vez a mais um ano de suspensão do exercício de suas ordens, com seis meses de cárcere. No entanto, o réu adoeceu gravemente devido ao frio e à humidade da sela. As cartas transcritas foram entregues à mesa da Inquisição pelo destinatário, Francisoc Lopes. As ditas cartas foram entregues ao destinatário em mãos, juntas, por uns religiosos de S. Francisco do Algarve.

Suporte >duas meias folhas de papel não dobradas escritas apenas no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Évora
Cota arquivística Processo 830
Fólios 183r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2362832
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

Page 183r > 184r

Mais q tudo saberei estimar q Vmce esteja asestido de huã saude mto perfeita em companhia da Sra May e Irmão a qm mto me recomendo. Eu suposto q bem mulesto sempre promtissimo pa tudo o q me ordenar do seu agrado.

Sr Lembrado do qto meu Tio Fr Manoel da Paixão q Ds tem foy amte de todas Vmces do P Fr Paullo q Ds aja a qm eu sempre tratei como verdadeiro Irmão me animo a rogar lhe pello amor de Ds e pellas Almas dos seus defuntos queira dignar se de querer valer me nesta aflição, e vem a ser quem me procurou a despensa, me mandou dizer q me restituhião ao meu antigo estado e sem embargo disto nunca comfesey como poderão testemunhar os Parrocos das freguezias aonde tenho Pregado mtas vezes pois sempre disse não era confessor Porem dia de gde concurso estando em a sella me vierão huns homens q estavão doentes pedir q os confesase e apertaram me tanto q os comfesei na mesma sella sem q alguem o visse; entendendo q os podia comfesar, asim pello q me mandarão dizer como tambem porq morando eu em convto aonde estava relligo como eu gora estou o qual ja fallesido este comfesava homens, e mulheres; isto me capasitou mais pa o fazer entendendo q o podia fazer; e comfeso a Vmce q em mim não foy malisia mas sim Ignoransia. Porem sabendo isto o Perlado me prendeu e me tem castigado com mais penitensias; Eu como estava em boa feé por isso não recorri logo ao patrosinio de Vmce a qm pesso em louvor de Ma SSma me ponha aos péés dos Sres da meza desse Sto Tribunal a qm com as lagrimas em os olhos pesso pellas chagas de Jezu Chrispto tenhão de mim Mizericordia, e Piedade porq pequei Ignorantemte e nunca mais o farei e por estar este convto entre malas apartado de passado quazi huã legoa não recorri logo a Vmce por não aver portadores, nem ainda agora o não fizera se não fora



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