PSCR0069
[1573]. Carta de autor anónimo, clérigo, para Diogo de Sousa, inquisidor.
Author(s)
Anónimo395
Addressee(s)
Diogo de Sousa
Summary
O autor denuncia as más práticas do réu do processo.
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Ao mto magco snor
ho snor ho Dyogo
de sousa presidente
da sãta ymquisizão
e não estãdo ay
dese ao snor sebastião
vaz // ẽ coĩbra //
Snor
eu como Relegiozo e cristão so obrigado
a dar quõta a vm do q pasa neste caso
he pa iso o faço vm sabera q nesta freige
sia de Refoios termo de põte de lyma vive
hũ homẽ por nome dõ alvoro filho de hũ
abade q foy deste mosteiro q chamanõ dõ
pedro e filho de hũa yoana da Rocha o qual
homẽ semdo de idade de desasete anos tomou
por mãceba hũa violãte lopez sua prima cõ
yrmã filha de hũa yrmã emteira de sua may
a qual teve quinze anos por mãceba publiqua
mẽte neste tẽpo veio a braga o arcebispo q
agora he e o avexou e os apartou per
vezes e não pode ouve ãtão hũ alva d elRey
pera o prẽder e mãdar prezo cõ ajuda de
braço secular e manoel caRilho o prẽdeu ja
vimdo de coRegeder nesta comarqua e
foy cõdenado ẽ dous anos de degredo pa
afriqua e no eclesiastiqo q pagase certa
pena e q estevese a porta de igreja de
Refoyos cõ hũ cirio de cual co tres domĩgos
da bãda de dẽtro cõtudo nẽ qua se
qyuis apartar da qual ouve duas filhas
e hũ filho o filho e hũa filha tẽna ẽ casa
e a outra filha tẽna a mãceba depois
disto tomou outra yrmã desta mãceba por
nome ynes da Rocha e dormiu pubriquamte
mto tempo cõ ella tãobẽ sua prima cõ yrmã
depois disto ouve duas filhas femeas de
hũa sua sobrinha filha de hũ seu yrmão q
porq he casada não digo quẽ he depois disto
feito e outras muitas ẽfadado de perlados
e não no amlluẽ a igeja nẽ nũqua se cõfesa
e doutros mtos unizios detreminou fazerse
frade sendo de ydade de dezanove anos
e no mostro de Refoyos jũtos os conegos .s. saber po gomes
bertolameu pĩto q são vivos e outro ja morto
cõ hũ notairo apostoliquo de braga por nome gaspar
de sequeiros diãte do altar de nosa snora
de Refoyos profesou pubriquamẽte a ordẽ do
bẽ avẽturado sãoto agostinho asi e da manra q
qualquer religioso da tal ordẽ a profesa
da qual profisão fiquou hũ estromẽto no cartorio
do mosteiro o qual estromto ouve por manha frco
da silva cunhado do dõ alvoro pera o acusar
por frade e o tẽ ẽ seu poder do qual estromto
leixou no mostro hũa certidão de como o llevava
hũ frco de sequeiros por quẽ no elle mãda
dou busquar o qual estromto o leo per vhes
dõ toenetonio prior de sãto Vicẽte de lisboa e
mõtro vigairo de Refoyos e o prior q agora se foy
de qua pera sãta crus e os seus cõpanheiros
e ãto pyz Remdeiro do mosteiro e dõ urbano
todos estes lerão e da profisão são
tas q lha fizerõ bertolameu pĩto po| gomez
conegos vivos e do proprio mosteiro e do
abito q lhe virõ trazer são tas migel brãdõ
e seu yrmão bras brãdão e dõ diogo seu
yrmão e ãto pimẽta e mor ẽ põte de lima e
xpovão de lima e do estromto sabẽ mais parte
cor q a asy esta po machado e o bacharel da mota
e o deão de sãoto ãto frei luis de põte de lyma
e diogo de salazar e ymo vaz ẽ refoyos e ãto
glz procurador nos ẽ põte de lyma depois
disto foyse casar ẽ viana e tẽdo feito pro
fisão pubriqua e tẽdo frade e a sete anos q he
casado avisãdoo eu q o sabia ẽ comfisão q se
provese do papa se era posyvel q não podia ca
sar q estava ẽ pequado mortal nũqua o quis
fazer e acabar cõfesãndo seu peqado e esta e a causa
por õde ãda pa destinado ẽ peqados nẽ teme a ds
sete vezes cõdenado e llivre de omzeneiro pubriquo
nũqua se cõfesa senão por força aRenega de ds cõti
nuo e blasfema seu jurar he aRenego de jesu des
creio de jesu ãda sempre dizẽdo q queria ter mto dy
nheiro q os frades tẽnhõ a cõciẽçia q bastante deita
do a perder toda esta freigesia e tera q todos sõ omzeneiros
e amãcebados como elle e aynda dorme cõ a mãceba
primra e cõ outras mtas marteriza a molher disto
dara o geral de sãta cruz ẽteira noticia
a vm e o prior q de qua agora foy cõ os mais pa
dres isto e o q pasa vm façase no ofiçio q eu
como Religioso discaRego minha cõciẽcia e tomo
a ds por testemunha q nẽ por odio nẽ respeito
outro algũ denũcio isto delle senão se por ser
cristão e ver q esta perdida alma deste homẽ
e diãte de ds seja tomada a vme aos mais sors lhes
cõta se lhe não acudirẽ cõ tpo a quẽ noso sor cabe ẽ seu ser
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