PSCR0120 [1525-1593]. Carta de autora não identificada, religiosa, para o seu padrinho António de Castilho, fidalgo da Casa Real. Autor(es)
Anónima64
Destinatario(s)
António de Castilho
Resumen
A autora dá conta das saudades que tem do destinatário. Escreve-lhe em tom de brincadeira e relata a história de uma mulher, recolhida no mesmo convento, que não queria casar com um pretendente castelhano.
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Ao mto magco snor ho
snor amtonio
de castilho
Snor
bem tenho pera mÿ que faltarme
tatos mil anos novas de vosa m não
vinha senão de o ter por tão es
cusado como a ferugẽ de maio como
me diz mas eu cõ todos estes agravos
não perderei nũca o desejo de as
ouvir e as festejar tãto como
agora fiz ainda que as saudades
sejã mais d outrẽ : não porque
dovide que algũ ora as não
tera tãbem minhas porque
a deus de querer q vosa m
pague tã mal a que lhe merece
tãto mas são isto hũas descõfiãças
q he bõ as vezes telas por se não
acabarẽ de perder de mï lhe sei dizer que
me deixou tão saudosa que não a
cabo ainda de ser sã mas de cada vez
pior dũa dor de gargãta que a mtos
dias que trago de que fui oje sabado
sãgrada sem nada me aproveitar
so hũa cousa padrinho me daria re
medio a coal he vervos e ouvirvos
so ũa vez que Saz de bem pouco he cha
mar mto mãso minha pricesa ... ou
vïdo o todavia agraderia por
que dis que de nenhũa cousa mais gosta
que de nos ver ãbos e hela e eu ã
damos em estremo tristes porque nos
dizẽ que não aveis ja de tornar
fazeime padrinho tãta m que me
mãdeis dizer se he isto certo porq
eu não poso crer fazer de
mal ainda q são tã mofina q tudo
poso crer faltarme em tẽpo q pior
me trate ora padrinho não quero
falar mais nestas cousas por não ir dar
comigo õde me tomẽ estreita cõta
quero vos dar novas de toda a
provïcia da celas todas estã tã bẽ
que me pesa a vosa devina caiu
por hũa escada abaixo mas não
quebrou que he hũa mestra grãde
lẽbrãca dos que se virẽ no mesmo
perigo oferesẽdo o devotamẽte a este
que a mesma devina pasou tenha
per sem duvida não lhe ficar ar cabeca
que não he nada em cõparacão dos
mtos millagres q faz e outras mais
aleijasleijois que ela tãbem nos
mostra ẽ espicial na boca porque a vi
ja estar cõvosco que parecia que lhe
dava ar de parlezia : como vos vejo estar
raivoso porque falo verdade mas ja
ha nada de nada que mal me
pode vir que seja pior que não vos
ver este he tã grãde que tudo o mais
tenho por pouco : da castilhana vos dou
novas que veio o marido por ela e vai ca
a cousa de maneira que se não fala
senão nisso o castilhano veo mui bẽ provido
de roma cõ grãdes escumẽnhõis que logo
lha desem querẽdo ela a sra abba
se viu em tata presa que verdadeira
mẽte era pera aver do dela porq
lha emtregou eu
acabar comsigo darlha mas todavia
foi necesairo dala por as bravas es
comũnhõis e esta forca faria porq
a maldita dizia q não quiria casar
cõ ele senão ser freira o que fazia
mais por medo que por o ter asi na võ
tade de maneira que não ficou nesta
universidade doutor nẽ bacharel
nẽ lecẽciasno que lhe não viese dar
cõselho os quais fazião tã grãde
traquinada q parecia sua casa
a capela que ate o barbosinha
se metia atre luis de crasto e o morgo
veio e dava sua rezão asi que neste
negocio tudo falou te as trepecas
ela tã ma que nũca aqui quis
dizer sua vomtãde desejãdo nos todas
de ela casar co castilhano porque sabe
que he perdido por ela e cõtẽtounos mto
a todas por ser discreto e galã e sobre
tudo ter fe que neste tẽpo
asi padrinho que foi necesairo fazerẽ lhe
pregũtas e levarẽna daqui a sãta
clara e foi todo coimbra cõ ela ate
colegiais de são paulo a cavalo e esta
vão todos os portões
e janelas e a pote que não podiam pasar
asi que foi hũa estranha cousa toda
via vos folgai de vos não achardes
ca neste tẽpo porq vos afirmo que vos
ouveres d emfadar porque como digo de
noute e de dia não se fala ẽ outra cousa
asi que ela tãto que foi ẽ sãta clara
logo dise que quiria casar cõ ele que
forã mais alviseras que palhas
e nũca ca mais quis tornar de que esta mos todas mto escãdalizadas dela polo ẽgano
que nos fez não na costrãjemdo niguẽ
senão aquilo que fose mais sua võtade
e milhor pudese sirvir dha deus asi
padrinho que la se esta recebẽse a cada
paso mas o castilhano nada o
feira o casão na rainha sãta
ele em presa dũa casa o pera
que ja sabeis não digo mais he descõfiado
quer se afirmar bem no negocio dous
o demo fiquemos nos ãbos padrinho ẽ casa
ou fora dela como quiserdes / / a todas as sras
que na vosa me nomeais dei voso recado
as coais o festejarã mto elas vovos beijã mil
vezes as mãos A devina não fiz a ora
cão por esperar primeiro cõfesarme
pera asi devota poder acabar cõ ela
fazerdes ãbos frutos / / bem abastara
esta por hu par d anos que tã prolixa
vai mas a culpa seja vosa q dezeis
que folgais e eu tãbem folgo asi q nos
toma o demo mas he de löje : beiojo as mãos
de vosa m e por ma fazer m qua me
mãode sẽpre mtas novas suas e seja por
esta via de paulo coelho porque não
venha ter a carta a porta e a
si me mãde dizer se esta ja bẽ das suas
febres e do negocio da sra dona ma a
que mil vezes beijo as mãos e asi o faca
por mi a sra dona ana e lẽbrelhe
quã grãde sirvidora tẽ em mi e que
ainda me lembra o tẽpo pasado pera ha
ẽ todo tẽpo desejar de a servir : oje
domïgo não digo a por me
não parecer cõ frei afõso
Sua afilhada
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