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Maarten Janssen, 2014-

CARDS2099

1724. Carta de Frei António da Piedade para um destinatário não identificado, membro da Inquisição de Coimbra.

ResumoO autor pede ao destinatário que o esclareça sobre se deve aconselhar ou não uma freira a denunciar outra à Inquisição.
Autor(es) António da Piedade
Destinatário(s) Anónimo514            
De Portugal, Moncorvo, Torre de Moncorvo
Para Portugal, Coimbra
Contexto

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Suporte meia folha de papel escrita em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra
Cota arquivística Caderno 56
Fólios 206 r, v
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Cristina Albino
Data da transcrição2008

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Meu Amigo e meu sr

grde novide lhe fara a VM huã Car-ta minha porq conhecendo a minha obrigação justamte estranhara o ter faltado a ella, mas attendendo as ocupações de VM entendi era milhor q formase o conceito do meu descuido, q da minha parte, sempre deso a VM huã perfeita saude,e agora mais : porq as honrras q devi a VM na Universide se augmentarão em Vizeu nas q recebi de seu Pai e do sr Maltis seu Irmão peco a VM q qdo lhe escrever me ponha a seus pes: quem me disera em algum tempo q o sr Bento Pais me havia de tirar os meus escrupolos, e pa salvar a minha conçiençia he o caso: Vindo ao Convto do Tojal me comunicou hua religa (não em confisão, porem em segredo) q huã Freira do mesmo Convto q fora pe-nitenciada pelo s offo estando outra moribunda fisera o papelinho q remeto incluso, e como a doente morrera, puzera o sobreescrito q VM tãbem verá; entrei em duvida se estava obrigada a denunciar fundado no Edital q manda se denunciem os q sentirem mal do recto proçeder e como esta freira teime na sua innocençia pedi a religa q me comunicou a duvida licença e o seu nome pa denunciar no caso q fose neso tudo me deu e se chama soror Margarida Roza de s Ma não pedi o nome da penitenciada porq be sabido he meza e suponho q sua letra tãobem he conhecida; este o caso, se VM entende obrigação de dnunciar por esta carta o faço em nome da religa ou a farei outra forma como VM me ordenar, e pode remeterme a reposta esta Villa no maço do Comisario do s Offo pa cuja Casa vamos Domingo principiar a misa, em toda a pte tem VM a seus pes a minha obbde con aquella resignação com q deso executar os seus perceitos. Ds gde a VM ms annos

Torre de Moncorvo 15 de Marco de 1724 De VM Amo e servo innutil Fr Anto da Piede

Legenda:

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