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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1361

1623. Carta de Frei Agostinho da Cunha para o Padre-Mestre Frei António de Sousa, deputado do Santo Ofício.

ResumoO autor informa o destinatário de diversos casos de interesse para a Inquisição.
Autor(es) Agostinho da Cunha
Destinatário(s) António de Sousa            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Carta de informação por onde se tirou acusação contra Francisco Antunes, morador na Golegã.

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita na primeira face e com o sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Livro 202, 1º Caderno do Promotor
Fólios 418r-419v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2318027
Transcrição Tiago Machado de Castro
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Tiago Machado de Castro
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2016

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Ao Mto R Pe Mestre frey Antonio de Sousa Deputado do Sto Officio que Ds gde no Comvto de S Dos Lisboa [fig1] Muito Reverendo Padre Mestre

Por me VP mandar dizer o avisasse do que nesta terra socedesse ainda que não tivesse ordem da mesa, visto todas as cousas me virẽ a mão faço estas regras. Hum discipolo meu clerigo me disse ouvira a homẽ cujo nome aguora me esquece fallando nesta materia de judeos que sahiem nos cadafalsos que muitos eram acusados falsamente e que morrião injustamente e me parece disse que eram martyres perguntando se era christam novo disseme que não sabia se tinha algũa cousa porque o não conhecia bem que so sabia ser casado hũa christam nova. Esta mesma lingoagẽ contou hum estudante filho maior de escudeiro que chamão de alcunha o pam de rara ouvira não sey se ao mesmo se a outro mas disse que era christam novo. Mandeilhe recado algũas vezes me fallasse pera me informar melhor, não quis acudir. Detras de Marvilla esta homẽ da nação o qual esta em cama, e diz algũas blasfemias entre as quais diz que sempre foy herege e que suas culpas requerẽ fogo etc. duas vezes me chamarão pera o ver pareçeme doudo e o mesmo julga o medico que he christam velho. Hum homẽ natural da golegam me dyse que outro da dita villa chamado francisco Antunes cavao era homẽ de mao viver e que não adorava a hostia na misa, etc. mas que lhe parecia ser christam velho posto que fira casado hũa christam nova Isto he em suma o que estes dias me disseram, se me mãdarẽ ordem tirarei mais distinta informação. o clerigo meu discipulo se chama Manuel Correa . mandeme VP em que o sirva. Nosso Senhor guarde. 16 de Agosto de 623.

Frei Agostinho da Cunha

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