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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0026

1542. Carta do doutor Jorge, médico, para o doutor Jorge Henriques, seu primo.

ResumoO autor relata ao seu primo diversos acontecimentos e desventuras que lhe aconteceram na expedição militar contra Argel.
Autor(es) Jorge
Destinatário(s) Jorge Henriques            
De Flandres, Antuérpia
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Num mesmo maço, encontram-se várias cartas oriundas da Flandres, escritas na mesma altura, o que leva a presumir que esta também terá a mesma origem. Grande parte dos factos relatados referem-se à malograda expedição militar empreendida por Carlos V contra Argel.

Esta carta integra a coleção Corpo Cronológico, fundo documental à guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Trata-se de uma coleção principalmente composta por documentação de cariz judicial e administrativo, que abarca o período entre 1161 e 1696, à qual foi acrescentado um vasto conjunto de material disperso na sequência do terramoto de 1755. A datação dos documentos é critério principal de organização do corpo Cronológico, assim chamado pela mesma razão.

Suporte uma folha de papel dobrada escrita nas duas faces do primeiro fólio e no verso do segundo.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Corpo Cronológico
Fundo Parte I
Cota arquivística Maço 72, Documento 5
Fólios [1]r a [2]v
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcrição Tiago Machado de Castro
Revisão principal Fernanda Pratas
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2014

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Ao sõr dou tor meu pri mo jorge ãriqẽs Snõr primo

depois que de sirene parti forão tas as tromẽtas que pasei que seria ĩfinito cõtarlho p saber ir armada argell fuy a genova a ẽbarquarme pa ver se podia ganhar algũa cousa pa repairar a fortuna derãmme cargo do espritall do ẽmperador quỹze ducados de partido po mes que feito sosoder o negocio como foi fizera pveito achei me hũa galle que deu a costa travesia õde sahi u grãde trabalho e pirigro que hi todos levamos dahi fuy ter a ilha de sardenha companhia de algũas 6 cõpanhias de solldados õde estive este ĩmverno delibirei vir busquar o sõr meu pmo diogo fernãdes po eu saber estar so fazẽdo os negocios da nacão a quẽ davã empidimẽto seus asarios que me despras todo este tpo que pasou a estado aqui poque que quiser ser mao e pverso cõtra s a Repubriqua rezão he que do povo que seja animozo se queira po por isso aRisquar sua pa aquy estou e pouso elle que tpo tenho ora pa poder fallar elle segũdo ãda cãsado e aflligido po poder fazer brividade o que quer e cõtudo tẽto sõr primo vos stifiquo que se fose posivell ir a ese Reino a desafiar pa cõbater a quẽ quisese sostemtar as mallicias que ne e pouqua Rezão que nesa parte tem eu o faria poque na casa do prĩcipe e na igreja e repubriqua se a de dar excãdalo e porẽ õnia tẽpus habet as cousas ã de aver seu fim e decrinacão da prisão de seu que me fezerão os turquos p muittos ameacos e penas que me derão muitos maos pastos que comi que tudo e outas penas que apasei cahi huas mas opillacoes de figado e estamago averão tres anos e mo e nũqua tive modo nẽ pusibilidade pa me poder curar aeu apud prĩcipia e cofores õnia sut ĩ bisicora tenho ja opilacão ĩ comisano epatis et maxima comstipacao do corpo poque ire ieqora sũt callida opar et renes e gard e grãde adustão e seu suor o llenho da china e po a devoção que sempre tive seus cõselhos o quis uzar sẽ seu selho pesolhe por amor de ds que o primeiro que vier coreo que vier me escreva largo do que farei e se quiser poque p setẽbro me acabarei de curar e eradiquar desta ma opillacão poque bẽ sabe que reliqũtur ĩ morbis facille recidivũ cõsueverunt tenho debilitado os nervos dos pes po amor do moito laborioso que fis quado fugi asi sor que tenho humor melãcolico e colera vitilina comẽdome ao sõr diogo fernãdes que me cure da tall ĩfermidade que ao presẽte acõdeu vm, da sra sua molher m ẽcomendo mill vezes aqui desejo estes de v e asi vm do sor meu primo Amtonio gomes e do sor seu pays ds o tenha a sua guarda feita depresa a xx de maio de 542

primo como irmão e leall amigo doctor georg

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