PT | EN | ES

Menú principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

PSCR0074

1571. Carta de Fernão Rodrigues de Trancoso para o Inquisidor de Lisboa.

Autor(es)

Fernão Rodrigues de Trancoso      

Destinatario(s)

Inquisidores Santo Ofício                        

Resumen

O autor denuncia um homem judeu que no momento reside em Lisboa.

Opciones de visualización

Texto: - Mostrar: - Etiquetas:


[fig1] senhor

muitos ção os respeitos que me insintão a screver esta a v m o primeiro e çeos de . descargo d alma. castigar aos maos. dar emxempro aos otros por derradeiro cortar o caminho a quem tem vontade de obrar tão ma obra como a que nesta direy a vm se faz nese reino cauzadas de pessoas que quẽ o não vira e tocara mão o não crera. E porque spero os tais averão de v m o castigo como a quem e dado este cargo. a my não toca otro que dizelo a v m o qual cudey de retificalo a boca. o que por meus pecados não pode ser por muitas mas endespoçições em my achadas cauzadas de muitos trabalhos e fadigas como nesta direy e primeiro lhe direy meu ser. eu senhor são de tramcozo do qual me party sendo moço piqueno orfão de pay e may e de parentes. fuime a viver a arronches no qual passey parte de minha vida Despois veiome a võtade de ir a castella e parecendome bem a vida Religioza me fiz frade dos çocolantes no reino de murcia damdome as leituras comtenuamdo em minha vida fiz votto de ir a geruzalem em companhia de otro padre avera tres anos que sahi de espanha querendonos tornar ja pera a ditta avendo estado em geruzalem ano e dias achamos a jornada deficil por cauza das gerras que ay emtre o gramturco e venezeanos. determinamos fazer o retorno por terra ate Raguza em companhia de judeus dos quais avemos çido não mal tratados basta que por seu amparo viemos a raguza na qual pudemos dizer

seremos cristãos por a ditta terra ser de cristãos como vm sabera, da qual a primeira passagem passamos a veneza na qual me foy necessario estar 6 meses por me morrer meu companheiro e passar eu muitas doenças. nesta terra achey muitos cristãos novos quais por eu não conheser determiney fazerme tãobem eu cristão novo por ver o que passava emtre eles/ porque o abito de frade o avia deixado em geruzalem asim que tornando a meu dizer ser cristão novo lhes dizia não me podia por judeu porque tinha em portugal mulher e filhos pelos quais per estes avia de ja atrazelos. escuzandome não queria comer en suas cazas por respeito de meu companheiro. o qual aimda a este tempo era vivo. asim que comtinuando esta pratica dia vejo vir judeu o qual vinha de lisboa e trazia cõsigo duas cazadas pelas quais pegumtey e me dixerão vinhão do fundão este judeu que trazia esta jente era morador salonique vindo desa lisboa averia 10 anos e despois que se fez judeu veio a pobreza. e por ganhar foy ate o fundão e meteo en cabeça a estes que agora vierão se viessem a fazer judeus e isto tamto por o dinheiro ganhar como por trazelos a sua ley se eu fiquey espantado deixo cudar a vm em ver tal coração de diabo. não cristão fazerse judeu e despois yr judeu a portugal a fazer tal feito de estes ay mil. não passarão dez dias me mando chamar hũa judia rogandome pois eu queria ir a essa lisboa que lhe fizese tamta merce e esmolla que como fosse a lisboa fosse buscar a antonio Rodrigues filho de breitis rodrigez alfaiaty qual era seu marido. avia perto de 7 anos que se avia feito judeu e se puz por nome juda barrocas qual feito judeu se cazou esta judia qual se chama mira chavarolla se foy ella a salonique onde estiverão ano e meio e avendo gastado o que lhe derão en Cazamento se torno a esta veneza da qual se partiu pera esa lisboa avera quatro anos dizendo a mulher queria ir por sua may e mais trazer seus parentes Ricos os quais o que avião de dar a otrem o darião a ele parece que o galanty não acho a may nem aos parentes de seu Perposito. os que segundo manda dizer ditto juda barrocas antes antonio rodriges a mulher querem ser bõns cristãos e não querem vir a estas bandas. pelo que vendo ele não lhe sair a couza a seu modo mando dizer a mulher que queria e determinava não avia de sair de portugal pobre pelo que determinava de por hũa tenda de alfaiaty e neste meio quicais sua may e parentes se mudarião de Perposito. e entretamto elle não faria senão ganhar e guardar.

Preguntey a ditta mulher me dese çinais de seu marido me dixe ser mancebo bramco de barba loura que tira a ruiva olhos verdes de bom corpo o qual avia avido duas filhas della quais ãtes que o dinheiro se fosse avião falecido agora tinha hũa criatura avendo ficada prenhe delle. dizemdome mais esta mulher como o marido mora nas fangas de farinha o qual estava apartado da may ditta breitis rodrigez e de yrmão do ditto porque não querião fazer vida elle por ser judeu/ todos estes sinais me deu rogandome como quem Roga a deus o fizese vir e me deu a que esta vay pera o marido a qual me rogo screvese eu/ bem cudey senhor meu de fazer esta pratica a boca e acharme eu a queimar este cão. mais por meus peccados não posso que minha doença e tal não sou senhor de dar dois pasos esta mando a v m por mão do senhor Dom gioam tello de menezes embaxador d el Rey de portugal noso senhor ao qual peço por merce perdoe pelo atrevimento meu em lhe screver rogandolhe mais faça por o sobrescritto pera v m porque eu não sey seu nome esta e feita em milão da qual me parto pera os banhos de padoa e queira deus seja pera me dar saude e me leve a terras onde dezejo/ nesta não direy o teo somente rogar ao senhor deus aCresenty a vida a v m pera amparo e sustento da çanta enquizição/ feita em milão aos 14 maio 1571

servidor de vm fernão rodriguez de tramcozo


Leyenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Download XMLDownload textWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow viewVisualización por frase