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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0120

[1525-1593]. Carta de autora não identificada, religiosa, para o seu padrinho António de Castilho, fidalgo da Casa Real.

Autor(es)

Anónima64      

Destinatário(s)

António de Castilho                        

Resumo

A autora dá conta das saudades que tem do destinatário. Escreve-lhe em tom de brincadeira e relata a história de uma mulher, recolhida no mesmo convento, que não queria casar com um pretendente castelhano.
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Ao mto magco snor ho snor amtonio de castilho Snor

bem tenho pera mÿ que faltarme tatos mil anos novas de vosa m não vinha senão de o ter por tão escusado como a ferugẽ de maio como me diz mas eu todos estes agravos não perderei nũca o desejo de as ouvir e as festejar tãto como agora fiz ainda que as saudades sejã mais d outrẽ: não porque dovide que algũ ora as não tera tãbem minhas porque a deus de querer q vosa m pague mal a que lhe merece tãto mas são isto hũas descõfiãças q he as vezes telas por se não acabarẽ de perder de lhe sei dizer que me deixou tão saudosa que não acabo ainda de ser mas de cada vez pior dũa dor de gargãta que a mtos dias que trago de que fui oje sabado sãgrada sem nada me aproveitar so hũa cousa padrinho me daria remedio a coal he vervos e ouvirvos so ũa vez que Saz de bem pouco he chamar mto mãso minha pricesa... ouvïdo o todavia agraderia porque dis que de nenhũa cousa mais gosta que de nos ver ãbos e hela e eu ãdamos em estremo tristes porque nos dizẽ que não aveis ja de tornar fazeime padrinho tãta m que me mãdeis dizer se he isto certo porq eu não poso crer fazer de mal ainda q são mofina q tudo poso crer faltarme em tẽpo q pior me trate ora padrinho não quero falar mais nestas cousas por não ir dar comigo õde me tomẽ estreita cõta quero vos dar novas de toda a provïcia da celas todas estã bẽ que me pesa a vosa devina caiu por hũa escada abaixo mas não quebrou que he hũa mestra grãde lẽbrãca dos que se virẽ no mesmo perigo oferesẽdo o devotamẽte a este que a mesma devina pasou tenha per sem duvida não lhe ficar ar cabeca que não he nada em cõparacão dos mtos millagres q faz e outras mais aleijasleijois que ela tãbem nos mostra espicial na boca porque a vi ja estar cõvosco que parecia que lhe dava ar de parlezia: como vos vejo estar raivoso porque falo verdade mas ja ha nada de nada que mal me pode vir que seja pior que não vos ver este he grãde que tudo o mais tenho por pouco: da castilhana vos dou novas que veio o marido por ela e vai ca a cousa de maneira que se não fala senão nisso o castilhano veo mui bẽ provido de roma grãdes escumẽnhõis que logo lha desem querẽdo ela a sra abba se viu em tata presa que verdadeiramẽte era pera aver do dela porq lha emtregou eu acabar comsigo darlha mas todavia foi necesairo dala por as bravas escomũnhõis e esta forca faria porq a maldita dizia q não quiria casar ele senão ser freira o que fazia mais por medo que por o ter asi na tade de maneira que não ficou nesta universidade doutor nẽ bacharel nẽ lecẽciasno que lhe não viese dar cõselho os quais fazião grãde traquinada q parecia sua casa a capela que ate o barbosinha se metia atre luis de crasto e o morgo veio e dava sua rezão asi que neste negocio tudo falou te as trepecas ela ma que nũca aqui quis dizer sua vomtãde desejãdo nos todas de ela casar co castilhano porque sabe que he perdido por ela e cõtẽtounos mto a todas por ser discreto e galã e sobre tudo ter fe que neste tẽpo asi padrinho que foi necesairo fazerẽ lhe pregũtas e levarẽna daqui a sãta clara e foi todo coimbra ela ate colegiais de são paulo a cavalo e estavão todos os portões e janelas e a pote que não podiam pasar asi que foi hũa estranha cousa todavia vos folgai de vos não achardes ca neste tẽpo porq vos afirmo que vos ouveres d emfadar porque como digo de noute e de dia não se fala outra cousa asi que ela tãto que foi sãta clara logo dise que quiria casar ele que forã mais alviseras que palhas e nũca ca mais quis tornar de que estamos todas mto escãdalizadas dela polo ẽgano que nos fez não na costrãjemdo niguẽ senão aquilo que fose mais sua võtade e milhor pudese sirvir dha deus asi padrinho que la se esta recebẽse a cada paso mas o castilhano nada o feira o casão na rainha sãta ele em presa dũa casa o pera que ja sabeis não digo mais he descõfiado quer se afirmar bem no negocio dous o demo fiquemos nos ãbos padrinho casa ou fora dela como quiserdes// a todas as sras que na vosa me nomeais dei voso recado as coais o festejarã mto elas vovos beijã mil vezes as mãos A devina não fiz a oracão por esperar primeiro cõfesarme pera asi devota poder acabar ela fazerdes ãbos frutos// bem abastara esta por hu par d anos que prolixa vai mas a culpa seja vosa q dezeis que folgais e eu tãbem folgo asi q nos toma o demo mas he de löje: beiojo as mãos de vosa m e por ma fazer m qua me mãode sẽpre mtas novas suas e seja por esta via de paulo coelho porque não venha ter a carta a porta e asi me mãde dizer se esta ja bẽ das suas febres e do negocio da sra dona ma a que mil vezes beijo as mãos e asi o faca por mi a sra dona ana e lẽbrelhe quã grãde sirvidora tẽ em mi e que ainda me lembra o tẽpo pasado pera ha todo tẽpo desejar de a servir: oje domïgo não digo a por me não parecer frei afõso

Sua afilhada

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