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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1433

1620. Carta de António de Castro Pinto, cirurgião, para Francisco Luís, arcediago.

Autor(es)

António de Castro Pinto      

Destinatario(s)

Francisco Luís                        

Resumen

O autor suplica o perdão do destinatário. Pede-lhe que o castigue, sim, mas de uma maneira não pública. Está em causa a perseguição que o autor fez aos cristãos-novos de Argozelo.

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Ao sor ldo frco lois Arce diago e conigo na va comisario do sto offo q des gde e ett [fig1]

Em outras Onras qissera eu ocupar a Vm e que me fezera merses como sempre mas fez pareçe que a fertuna me tem perseguido trabalhos e fertunas e agora me faltava desgosto que o prençipiei en risso e me saio en desgosto que me ten costado alma e a dez dias que não como nen bebo nẽ durmo. estou muito desgosto Permita o senhor darme esforço/ os dias passados fui a miranda e da vinda que fez vin hũn meio cristão novo deste izeda per algussedo para dormir ai por ser tarde estãodo poussados veio ai mançebo e chamou aquele cristão novo que vinha comigo e ambos me chamarão e me disserão que fosemos dar hũa corimaça a judeu porque eles estavão alvorotados não sabendo quen eu era logo nos conformamos e fomos onde se achou o jũiz do logar e outros tres ou coatro e vendo

que fojia nos rimos disso logo o jũiz de sua coriusidade se foi en quasa doutro e vendo que fojia en quamissa estãodo na rua nos possemos a rir per onde eles ẽtenderão a velhaquaria e se forão en quassa do padre chamallo e juntos se forão a nossa poussada onde nos estavamos rindonos da borachada e vendo seu animo pera que me não conheçesen me aussentei per hũa porta fallsa per onde foi neçessario deixar la a egoa allgun fato logo se forão a outeiro fazer queixume e mãodei busquar a egoa e disserão que se Vm a mãodasse dar a darião per coãto foi embargada naquele acto; Ora Vm me a de Valer pois o pode por quen Vm e e pelo tenpo en que estamos pois Xpõ perdoou a quen o acussara e pedia ao padre eterno lhe perdoase vm deve ussar comigo de mesiricordia e veja que tenho cinquo crianças e pobre que se Vm vai comigo o quabo e por minhas filhas per portas e fiquar desonrado e veja Vm que o que se fez não foi mais que por risso e zonbar dos judeus que bẽ zonbarão de xpo deixãodo contas o que peço a Vm e que se lenbre de minhas crianças pois eu não tive sisso para rejer que coãodo cuido no que se fez pasmo Vm me olhe olhos de misericordia e me valha pois pode valerme não suõ o portador por me não atrever vergonha pareçermos tenho cõfiança pois Vm en tall feito me pode valler e ser agora rei tall oquassião que eu não fui sso que pero gomes de izeda foi o agressor do odio o jũiz d algusselo que eu não sabia allgusselo nen entrei nunqua nele mais que aquella noite que numqua entrara vejame olhos de misericordia que mais serviço de deus sera favoreçerme nesta caussa que eixecutar a sentença e nisto tomarei a penitençia que Vm me der como fique incuberta não enfado mais a Vm mais que fiquar rogando a deus pela vida e saude de Vm de izeda e criado de Vm oje 28 de março de 1620

criado de vm Antonio de crasto

e isto era chamandome eles fameliar sen me eu nomeiar por tall nen abri porta allgua nen prender ningen que o jũiz te cullpa pero gomez deste izeda que ele sabia as cassas e os nomes deles era o prençipall obra ser judeu e como tais lhe derão a sua mula mas thome pires de vinhas dezia asi


Leyenda:

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