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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1817. Carta de Dâmaso Teixeira Fragoso, vereador, para José Gonçalves Castelhano, foreiro.

ResumoO autor confessa que assinou os papéis a favor do padre, pois se não o fizesse o padre não o ajudava.
Autor(es) Dâmaso Teixeira Fragoso
Destinatário(s) José Gonçalves Castelhano            
De América, Brasil, Maranhão, Cururupu
Para América, Brasil, Maranhão
Contexto

O capelão de Cururupú, o Reverendo António Vidal Ferreira Pinto, foi denunciado em 1813 por um lavrador inimigo, José Gonçalves Castelhano, enquanto culpado de uma série de crimes. O réu foi acusado de viver "escandalosamente amancebado durante mais de nove anos com Faustina Teresa, mulher casada com o alferes António dos Reis", e ainda "concubinado de portas adentro com a preta forra Maria Benedita." Disse-se ainda que era "muito remisso na administração dos sacramentos, como aconteceu com um homem branco, filho de Portugal, e com uma escrava chamada Iria do Padre António Alves Domingues", e também "um refinado negociante." Dava "conto e asilo a homens facinorosos e degradados, como um João Alves, homem de tão péssimo caráter que tem chegado a forçar algumas mulheres, dado pancadas" e era "costumado a apanhar cartas alheias para as abrir e ler e, por este meio, descobrir os segredos das famílias e dos particulares." Fazia "um notório e sórdido monopólio dos mesmos sacramentos, não batizando senão por mil e seiscentos réis, quando a esmola que recebe o pároco não excede a quatrocentos réis, e não assistindo ao sacramento do matrimónio sem que lhe deem três mil e duzentos réis." O autor do processo, no entanto, acusou também o dito padre de um crime mais banal. A 25 de setembro de 1812, o padre teria cometido contra si um "rigoroso furto": o roubo de um boi de carro, mandando-o matar "por dois dos seus agregados, com o pretexto de que tinha ido à sua roça", fazendo com que se enterrasse o coiro e a cabeça do animal "para que se não descobrisse o malefício" e conduzindo a carne para sua casa. Ao fim de um processo criminal que durou 6 anos, o capelão acabou absolvido.

Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 3, Número 17, Caixa 11
Fólios 437, 438
Transcrição Cristina Albino
Revisão principal Raïssa Gillier
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Page 437r > 437v

[1]
Snr Compe Joze Glz Castilhano
[2]
Cururupu 6 de Dezbro 1817

Vejo o q me dis na sua q a demanda

[3]
sahio contra vmce prq asignei papeis a favor
[4]
do Revdo Pe Anto Vidal portanto sou a dizer
[5]
a vmce q he verde q asignei antes do juramto
[6]
q dei na sua cauza ao mesmo Rvdo hũa atestação
[7]
a favor do do Pe e não sei se mais Algum papél pr
[8]
elle me pedir e o mesmo asuçedeo com mtas mais pe
[9]
çoas como vmce sabe porem despois q depus a
[10]
verde do q sabia na sua cauza debaixo de juramto
[11]
so asignei hum reqrimto q me pedio asignase
[12]
pa alcançar lca pa confeçar e me segurou q
[13]
este reqrimto não hera pa emcorporar ao Autos
[14]
e q nunca nelles teria valide e q se o não asinase
[15]
q nem Eu nem ma mer ainda q estivesemos em
[16]
perigo mortal nos não confeçava porem esta
[17]
asinatura não serve pa tirar o valor de
[18]
verdro juramto q dei na sua cauza e se apare
[19]
çer nos Autos qlqr asignatura ma q favoreca
[20]
o Pe contra vmce he falça Ora meu compe
[21]
este Pe sempre se esta emcomtrando comigo
[22]
e cada ves q me ve sempre me vem com o ju
[23]
ramto q dei contra elle e faz hua coiza tão suja
[24]
q Eu para me ver acomodado pr mais Alguns
[25]
Dias no meu Ranxo lhe tenho dito Pe isso não he
[26]
asim Ora por mais q fuja de me imcontrar

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