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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1542. Carta de António Fernandes, mercador, para Diogo Duarte, também mercador.

ResumoO autor esforça-se por manter a relação de amizade com Diogo Duarte, afetada por divergências comerciais.
Autor(es) António Fernandes
Destinatário(s) Diogo Duarte            
De Flandres, Antuérpia
Para Portugal, Faro
Contexto

O mesmo maço inclui outras cartas vindas na mesma altura da Flandres, em que se discutem diversos aspetos do comércio que passava por aquela feitoria. Do mesmo conjunto podem extrair-se diversos nomes de intervenientes, seja dos autores sediados no norte da Europa, seja dos seus destinatários, espalhados por diversas praças portuguesas. Entre estas praças está, naturalmente, Lisboa, mas também Tavira, Faro e Funchal. Entre as mercadorias mencionadas estão: azeite, lãs, trigo e espadas. Também se discutem questões de câmbios, o impacto no mercado da escassez ou fartura de certas mercadorias, dívidas comerciais e até assuntos familiares.

Esta carta integra a coleção Corpo Cronológico, fundo documental à guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Trata-se de uma coleção principalmente composta por documentação de cariz judicial e administrativo, que abarca o período entre 1161 e 1696, à qual foi acrescentado um vasto conjunto de material disperso na sequência do terramoto de 1755. A datação dos documentos é critério principal de organização do corpo Cronológico, assim chamado pela mesma razão.

Suporte meia folha de papel escrita no rosto e com sobrescrito no verso.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Corpo Cronológico
Fundo Parte I
Cota arquivística Maço 72, Documento 20
Fólios [1]
Transcrição Tiago Machado Castro
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Tiago Machado Castro
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2012

Page [1]r

[1]
de 5 de março por omde me diz como quer Receber o trigo q lhe mãdo neses bretois e outra
[2]
cousas a q por esta farey Reposta. ora depois Receby cartas de 29 de Mço de Joã Roiz por
[3]
õde vejo como luis vaz ẽtregou os ditos 12 lastres a homẽ polos entregar ha
[4]
justiça ao qll digo q niso se fara como for Rezã e porẽ milhor parecera q vm as
[5]
Recebera e se ãtre nos avia deferemça eu lhe prometo q quãdo me custara 20 ls
[6]
de mimha casa q por soster sua amizade nũca sobre iso tomaramos juizes
[7]
porẽ todos quẽtes todos os desta naçã q esperamos Rezã e pola mayor
[8]
parte sempre heRamos e asy ãdamos como merecemos e bastou isto senã a
[9]
imda ãdar defamãdo de mỹ como q lhe Roubara ho seu e mais a traer os homes
[10]
pa q me mãdasẽ suas fzdas e q as mãdasẽ a giles e outas cousas de q
[11]
Vdade ganha nada porq ẽfim das maas e das boas como la diz toda
[12]
a terã fose das novas e quãdo algũa fortuna vem eu sey quẽ ajuda e vos
[13]
snõr estais de lomge e julgais sẽ saber ho q pasa e bẽ bastara pois asy he a
[14]
vosa vomtade mãdardes lhe ho voso e deyxar os outos paz posto q a ds
[15]
gracas vivo destes negoçios e lhe prometo q me a ganhar dinho e porẽ por
[16]
q as jemtes cuydẽ q homẽ lhes faz torto me pesou do q soube e pode
[17]
ser que se aRependã porq se caso he q se ha eRado nese bretã de bordas eu
[18]
homẽ q nas outas cousas q mãdar ho ẽtẽderei queremdo noso sõr asy q
[19]
digo outa vez me pesou mto quebrar comigo por tam pouqa cousa e mais
[20]
estãdo eu bẽ inocemte de saber ho q se avya feyto e comtado digo q
[21]
se fara ho q for rezã comtãto q vos sor recebais estes 12 lastres por
[22]
que eu serey comtemte q ouvira de minha rezã q la julgo no vaz e ao vaz e
[23]
do q eles mãdarã falarey mais palavra e vm receba estes se mãdar
[24]
e fiqemos bos amiguos como de ãtes e comfye mỹ que homẽ pa lhe
[25]
dar a ganhar mays do q iso porq e ẽtam ẽtresale como iso e neste
[26]
caso eu lhe queira muito dizer porq ãtre amigos e por pouqa deferẽça
[27]
ha mester tantas palavras e mais deve de olhar q como lhe mãdei outo
[28]
q ganhou Co por Co e asy pode vir tempo q todo se ẽmẽdara e senã
[29]
sera nas ẽpregas das mcadas e quãdo não seja como elle mãdar
[30]
quãto aos seus quartos d azeite vemdidos por aV mto na terã e se forã
[31]
graxos ja forã vemdidos porẽ nẽ graxos nẽ pa comer e po isto se
[32]
tem vendido cõtudo elles se venderã e do proçedido queremdo ds se lhe mãdara
[33]
cousas q pcaq neste caso digo mais somte lhe Rogar q aja
[34]
ãtre nos deferencas porq eu lhe prometo que niso pqua nada comigo por
[35]
que ho castanho menos ey mester nada do seu a ds gracas somte
[36]
d estar ser amigo q se me fose mester negocear algo nesa terã
[37]
terei vomtade de lho Remeter como elle faz a mỹ e a e a outo sera proveito e
[38]
porq cada lhe stpverei nesta digo mais somte q o noso sñr ho tenha
[39]
sempre sua guarda.

a So de vm
[40]
ãto frz

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