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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1788-1790]. Carta de Nicolau de Santo Agostinho, padre, para Ana Vitória.

Autor(es)

Nicolau de Santo Agostinho      

Destinatário(s)

Ana Vitória                        

Resumo

O autor escreve a Ana Vitória criticando-a por não ter obedecido ao seu padre confessor e por ter falhado em algumas obrigações religiosas, dando conselhos sobre como deveria ter procedido nessa altura e como deveria comportar-se no futuro. Também conta algumas notícias do seu quotidiano.
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[1]
J M J,

Minha filha em Jezus Christo este Sr te assista sempre com a sua divina graça

[2]
pa q em tudo acertes a fazer a sua ssma vonte e te mto do seu amor, pa q forta
[3]
lecida com este possas levar a tua Cruz de modo, q te sirva pa a vida eterna. O cor-
[4]
reyo passado recebi huma carta tua, a qual não Respondi logo por não poder, esta semana
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recebo outra, e agora respondo a ambas, deixando pa a parte outras, q estão. Vejo o q
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me dizes da tua moleza, e fraqueza, e ainda q esta seja natural, tãobem procede do pou
[7]
co fervor, q tens no serviço de No Sr q se fosses mais fervoroza, ainda pa o trabalho ha-
[8]
vias ter mais vigor. Assim he precizo vencer este, e fazer tudo o q he do agrado de No Sr
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apezar de toda a Contradição da natureza. por q rezão não havias pedir perdão a
[10]
tua Irmam logo q o P to mandou? Dahi se seguio faltares ás confissoens, e comunhoens, e
[11]
por cauza destas faltas he certo havias afroxar mto se sempre o havias fazer, fizeralo -
[12]
logo, e tudo estava vencido. As tuas vergonhas fazemte mto mal, como eu sempre obser-
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vei, pois por cauza dellas bastante me moestes. He precizo vencer, e se fazemos o mal, pas-
[14]
semos pella vergonha de o satisfazer. Emfim está vencido isso; porem cuida em te não
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deixares vencer dessa tentação, ou não faças couza por q te obriguem a parar essa vergo-
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nha. Suposto não achas consolação no P como te não embaraça, continua com elle,
[17]
mas se alguma vez puderes chegar a Fr Pedro, ou Fr Alexandre, não deixes de o fa-
[18]
zer, ao menos pa respirares alguma couza, ja q o outro te não esse dezafogo. Continua
[19]
com a oração do modo, q dizes, mas faze por despertar, e se essa moleza, e sono q expe-
[20]
rimentas he cauzado pello demonio, eu como Minro de Jezus Christo, posto q indigno lhe
[21]
mando q de todo se aparte de ti; e te não persiga de sorte alguma, nem com sono
[22]
na Oração, nem com essa moleza corporal, nem com fastio, nem de sorte alguma, q
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se embarace o serviço de N Sr ou o serviço e trabalho de caza. Tãobem esse dezejo
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q sentes de tomar outro estado he certamte tentação, a q devis rezistir; porq eu não
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quero tal, e a Respto dessa tentação, como dos , q tens, e tentaçoens eu tão
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bem ponho o mesmo preceito ao demonio, pa q com taes dezejos te não persiga, e tu
[27]
tem , q te hades achar Livre, e se continuar algum delles, não deixes de mo dizer
[28]
qdo me escreveres, pa fustigar mais ao demonio. Cuida em amar mto a No Sr e con-
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fia mto nelle , e não deixes de Comungar, ainda q alguma vez te não possas confessar,
[30]
como não tenhas peccado certo; porq essas couzas, q te embaração não
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eu tenho experimentado. E ainda q tenhas faltas na oração
[32]
couza, isso não embaraça a Comunhão, antes deves

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