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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1543. Carta não autógrafa de Jácome Valentim para Maria de Burgos, sua mulher.

ResumoO autor dá notícias da sua prisão e de quantos estão com ele. Manda saudades à mulher, família e amigos e confessa a esperança de vir a ser libertado.
Autor(es) Jácome Valentim
Destinatário(s) Leonor de Burgos            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Miranda do Douro
Contexto

A carta encontra-se no processo de Jácome Valentim, morador em Miranda do Douro, preso pela Inquisição em 1542 sob acusação de judaísmo. Foi escrita em 25 de julho de 1543, quando o mesmo se encontrava preso no cárcere Lisboa. Quando inquirido em relação ao documento, Jácome Valentim confirmou que a assinatura era sua, mas declarou que a letra era a de Diogo de Miranda, que aparentemente esteve preso por duas vezes: uma em 1543, quando escreveu este ditado, e outra em 1558, já com setenta e dois anos.

Suporte meia folha de papel dobrada, escrita na primeira face e com o sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 4642
Fólios 54r-55v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2304629
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcrição Teresa Rebelo da Silva
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Teresa Rebelo da Silva
Modernização Clara Pinto
Data da transcrição2016

Page 54r > 54v

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muy deseada muger

hũa vuosa reçeby en la qual tomo mucha

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comsolaçyom em verla por venyr
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personas q en ella vyerom nomeadas
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de saude a deos gracyas o demays nom
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vos esquryvy com manuel largo porq
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nom pude nom me avyam dado a carta q a
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tynha dte rybeyro q a nom quys dar ate
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q a vyo jm de melo porq esta mandado
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asy as q d ala vyerem como as que d aca
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vam am dy yr a sua mao damdo vos comta de
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mynha vyda e q ate agora e mas
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de saude lovores ao senor deos e a sua ma
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dre bemdyta e nosos negocyos ÿda nom sou
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falado nem pregumtado mays q o pry
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meyro dya q nos premderom e parecem
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se nom falam e nosos caso porq esta jm de melo
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acupado nesta rebolta q qa acomteçeo es
[20]
tes dyas pasados q premdeo os
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comde de portalegre e dous fylhos seus
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e hũu mercador tres crystams e mays
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ryquo e por estarmos nos presos nom
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sabemos o caso porq o portador o sabe
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ra mylhor q amdava solto praza a
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deos q seja por bem de todos todos na
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cadea nos dam esforço q agardam
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cada dya por bom despacho para to
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dos praza o senhor deos seja asy nom te
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nho mays q vos fazer saber somente q
[31]
vos tratamos dos de myrãda quo
[32]
mo yrmãos e com todos os outros q es
[33]
tam com nos gravyel e a molher e amador
[34]
e sua may e malgaryda nom estam com

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