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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1796]. Carta de Maria Inês, criada, para Catarina de Jesus.

ResumoA autora dá notícias, uma das quais que se encontra num convento de recolhidas, e pede notícias do ex-marido, em relação ao qual expressa ódio, pois já tinha uma mulher quando com ela se casou, desejando-lhe a morte. Aproveita para enviar uns pós de amor, dando instruções de utilização.
Autor(es) Maria Inês
Destinatário(s) Catarina de Jesus            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lagos
Contexto

Neste processo é réu José Caetano, soldado desertor do Regimento de Artilharia da cidade de Faro e acusado pela Inquisição por bigamia, em 1796. O processo é volumoso porque, além da deserção da vida militar e da bigamia, o réu esteve preso no Limoeiro, acusado de homicídio, por ter matado a sua primeira mulher em agosto de 1794. A carta é inserida no processo como prova do delito de bigamia de José Caetano (fl. 38). Maria Inês não testemunhou por estar ausente num recolhimento em Lisboa e pediu a anulação do casamento em 1799.

O portador desta carta chama-se Francisco.

Suporte um quarto de folha de papel não dobrada, escrita em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 404
Fólios 39r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2300277
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Mariana Gomes
Modernização Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2015

Page 39r > 39v

[1]

Snra Catarina munto do meu coracão es

[2]
timarei q estas axem a snra desfruaando
[3]
huma caude ugual a meu dezejo em com
[4]
panhia do Snr vicente e de todos de caza
[5]
q eu de caude fico para em tudo lhe dar
[6]
gosto Snra eu não ter escrevido a mais
[7]
tempa he por não ter tido noticia das
[8]
barcas deca tera mas agora q tive noticia
[9]
q escreveu a minha tia e que ahi estava
[10]
o ceu francisco foi gosto de iscrever a vmce
[11]
porque he portador propio eu aqui me axo
[12]
nesta tera em hum comvento de recolhidas
[13]
pois me parece q não poco estar em parte me
[14]
lhor q a minha corte acim permite vmce
[15]
Me mande dizer as noticias do meu diabo ce
[16]
ainda não foi para o emferno pois eu vim
[17]
pera Lisboa para caber as pruesas q ele
[18]
fes pois bem cabe vmce||merce q toda a noticia
[19]
q avia eu não me queria capacitar q da
[20]
quele corpo caise tantas pruezas q eu
[21]
ainda o podia livar como ce tem levar
[22]
do muntos dos mesmos crimes mas ago
[23]
ra digo ce nd ce não ha la algozes para
[24]
o emforcar q eu cerei o propio algos pois
[25]
ele acim o merece tanto de me agarar
[26]
a mim como de matar a otra mezara
[27]
vel pois em cimelhente couza mas vale
[28]
não falar nelas vmce fara o favor de

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