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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1736. Carta de Francisco Carnoto Vilas Boas a Francisco Afonso Barbosa.

ResumoO autor pede ao destinatário que seja pontual no pagamento do dinheiro que lhe está a dever.
Autor(es) Francisco Carnoto Vilas Boas
Destinatário(s) Francisco Afonso Barbosa            
De América, Brasil, São Salvador da Bahia
Para S.l.
Contexto

Esta carta encontra-se, juntamente com mais três, na ação de libelo que Francisco Carnoto Vilas Boas levantou contra Francisco Afonso Barbosa por causa da cobrança de uma dívida. Por volta de 1735, Francisco Afonso Barbosa, homem de negócios e familiar do Santo Ofício, precisando de lenha e madeiras para o seu engenho em Parnamirim, pediu um empréstimo ao coronel Manuel de Brito Casado por intermédio do seu amigo Francisco Carnoto Vilas Boas. Manuel de Brito Casado enviou-lhe a importância de 4830 réis, tendo Francisco Carnoto Vilas Boas pago essa importância ao coronel. Francisco Carnoto Vilas Boas tinha dúvidas sobre a pontualidade de Francisco Afonso Barbosa quanto ao pagamento da dita lenha, pelo que lhe escreveu, em Novembro de 1736, ordenando-lhe que pagasse o que lhe devia com pontualidade (PSCR1518). Francisco Afonso Barbosa respondeu-lhe na mesma folha, dando garantias sobre a sua pontualidade (PSCR1519); no entanto, várias foram as desculpas que arranjou para adiar o pagamento, como o comprovam as duas outras cartas que constam deste processo, a primeira datada de Abril de 1737, dirigida a Francisco Carnoto Vilas Boas (PSCR1516), em que fala da seca que lhe afectou a produção, a segunda dirigida ao coronel Manuel de Brito Casado (PSCR1517), pedindo-lhe que enviasse rapidamente as barcas com a lenha, pois tinha o engenho parado e não podia vender a cana que possuía. Estas cartas foram mostradas às testemunhas para que reconhecessem os seus sinais e para servirem de prova, sendo ainda feita uma cópia de todas elas. O processo foi aberto em 1736, tendo Fernando Afonso Barbosa feito todos os possíveis para o atrasar, recusando-se a admitir a sua culpa, mesmo perante as provas apresentadas contra ele. Só terminou em 1781, supõe-se que depois de os envolvidos já terem morrido, pois foram substituídos por outras pessoas habilitadas. A ação de libelo foi iniciada na conservatória dos familiares do Santo Ofício da cidade da Bahia e enviada para o Conselho Geral da Inquisição.

Suporte meia folha de papel escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Autos Cíveis, Maço 59, Número 2
Fólios 75r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=4563581
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcrição Maria Teresa Oliveira
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Clara Pinto
Data da transcrição2016

Page 75r

[1]
[2]

Meu sr Não Respondi Hontem ao escrito de vmce por querer ma

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ndar esta cartta que vai averta pa vm ler; e mandar az barças
[4]
a buscar a lenha; Eu sr Mel afonço não tomara du
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vidas nem embaraços este sr carece pois esta nesesitado e se
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vm me ha de faltar ao pagamto me não faça tambem faltar q
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dezo ser pintual, espero de vm todo o primor Deoz gde a vm
[8]
m a. caza 9 de Novro de 1736

[9]
[10]
De vm
[11]
Amo e mto amte c
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Franco Carnotto villas Boas

Advirto a vmce q os negros das barcas não querem

[13]
embarçar a lenha e andão paseando por terras
[14]
e so a gente do coronel a emBarcão e eu lhe
[15]
hei de mandar dizer se os negros não ajuda
[16]
rem a botalla nas Barças elle o não faca

[17]

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