A autora queixa-se das muitas necessidades que passa e do seu desejo de receber mercês do rei.
[1] | do qual deize a verdade pois eu
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[2] | por minha cudicão lho nuqua quis
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[3] | escrever e as misquidades q
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[4] | a abadesa dona lucrecia comiguo
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[5] | tei husadas fazendolhe eu como
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[6] | sabeis antes q hela fose abadesa
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[7] | muitas quaridades de q he bem
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[8] | esquecida como se vio abadesa mas
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[9] | he tão mofina q tudo se lhe sume
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[10] | antre as mãos como todas ve
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[11] | asi q trabalhai por sua a me fazer
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[12] | m d algua cousa destas porq ẽ
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[13] | minhas douencas gasto muito e es
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[14] | ta faco haida bem fraqua do muito
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[15] | sague q me tirarão e por me aida
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[16] | não alevantar não falei a dona fi
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[17] | lipa abadesa de lorvão a qual me vi
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[18] | nha ver muito secretamente
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[19] | e esteve aqui hu dia escõdida e por
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[20] | eu não poder ir a grade se foi e ã
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[21] | na pinta lhe falou pola qual me ma
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[22] | dou dezer q não vinha senão a a
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[23] | visar e mi toda a parte q ẽ lorvão
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[24] | tinha e ẽtreguarme as suas le
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[25] | tras o qual eu não quis aceitar cõpare
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[26] | ceo de sua a me não querer fazer
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[27] | esta m porq me parece q a mais
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[28] | por seu sirvico q eu ande as sol
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[29] | dadas q não q se ẽxergue e
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[30] | mio pera q são asi q se foi cõmo mão
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[31] | dar aguasalhar como a hua dona
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[32] | da guarda q me vinha ver como
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[33] | quis q se disese e q cõtudo me a
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[34] | via de tornar a fretar nada de
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[35] | sejo e nada quero senão vervos meu
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[36] | coracão ẽ algua honra antes da minha
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