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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1738. Carta de Manuel Rodrigues para o seu cunhado, Luís dos Santos, carpinteiro.

ResumoO autor responde ao pedido do cunhado para que o tratasse por primo e não por cunhado, e critica a sua conduta perante a família, que deixara para emigrar para o Brasil.
Autor(es) Manuel Rodrigues
Destinatário(s) Luís dos Santos            
De Portugal, Lisboa
Para América, Brasil, Pará, Belém
Contexto

O réu deste processo é Luís dos Santos ou Luís André, acusado de bigamia. Após ter casado em Portugal com Domingas Rodrigues, aos treze anos, e de ter com ela vivido maritalmente por um ano ‒ casamento do qual nasceu uma filha chamada Maria -, Luís dos Santos teve de ir a Lisboa e, ao saber da frota para o Maranhão (Brasil), para lá se ausentou. Casou-se lá com Catarina Correia de Oliveira e com ela teve cinco filhos. O caso soube-se e, apesar de o processo já decorrer desde 1737, duas acusações foram formalmente feitas à Inquisição em 1744 por Manuel Cruz, cónego, a quem Luís dos Santos dirigira uma carta para saber da sua família em Portugal (PSCR0652), e por Manuel Rodrigues, homem residente no Brasil, que não conhecia diretamente o acusado. Luís dos Santos seria posteriormente sentenciado a açoites públicos e a cinco anos de degredo nas galés, de onde fugiu, tendo sido novamente sentenciado (Processo 516-1 da Inquisição de Lisboa) a cinco anos de degredo para as galés. Como prova da condição marital do réu, neste processo estão inclusas oito cartas, duas das quais da sua primeira mulher (PSCR0642 e PSCR0649).

Suporte meia folha de papel não dobrada, escrita em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 516
Fólios 37r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2300390
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Mariana Gomes
Modernização Raissa Gillier
Data da transcrição2015

Page 37r > 37v

[1]
Lxa.
[2]
29 de abril d 1738 a

Meu Pri e snor Resebi huma de vmce

[3]
hesta em tres de nobro a coal me sertefica
[4]
a sua Boma Saude q permita o snor aomentar
[5]
lha por dillatados annos em companhia de quem
[6]
vme deza pera q da minha q he Boma dis
[7]
he toda esta sua caza disponho o q for servido

[8]

Na de vmce vejo o dizerme que

[9]
eu estranho o mandarme vmce dizer q lhe não es
[10]
crevese com o titolo de cunhado mas eu vejo q mtas
[11]
pesoas que tem parentes nesas teRas cada coal lhe
[12]
escreve no grao do parentesco que tem e eu tambem
[13]
fazia o mesmo aguora visto o querer vmce que ho
[14]
trate como primo asim sera sendo seu gosto no
[15]
que Respta ao pano de llinho bem save vmce as teRas
[16]
em que o ha de colher pouis as não tem e asim pera o meu
[17]
laguar nam tem dro Nem vmce pouis tomara hella po
[18]
der guanhar pera comer he mais Sua filha vejo
[19]
o titallo que me da de padre espritoal nam sei se he
[20]
materia de llogro mas hiso nao importa no que respta
[21]
ao q eu lhe mandaba dizer me peresia que não hera pera sua
[22]
perda e mais vme não o tem oservado porque nada
[23]
se fas neste mundo que se não venha a saber tudo que
[24]
algums amos q de la tem vindo desa teRa me tem in
[25]
formado do seu viver Remeti as Crartas pera sima
[26]
athe guora não tem cheguado a Reposta dellas mas tive
[27]
carta que se dis ficavão de saude e Recomendandome
[28]
mto se tinha algumas notisias de vmce que os avizase
[29]
hemanuel nunes que vem pudera vme alenbarse de

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