PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1798]. Carta de Martinho Afonso Henriques de Melo para José da Cunha Fialho, corregedor da comarca de Torres Vedras.

Autor(es)

Martinho Afonso Henriques de Melo      

Destinatário(s)

José da Cunha Fialho                        

Resumo

O autor queixa-se ao destinatário, o corregedor da comarca de Torres Vedras, de João Pimentel, que, tendo aforado recentemente uma propriedade no Bombarral, destruíra um antigo caminho público que a atravessava.
45r < Page 45v > 46r

[1]
permetelhe amor, e dinheiro, pede-lhe huma certidão de filho obedien-
[2]
te, passalha o extontiado Pay, falo melhorar pouco de fortuna, percegue a
[3]
Madrazta depois de viuva athé a morte; porem com huma certidão fal-
[4]
ça foi desmentir hum conto verdadeiro. Este Irmão Reytor foi
[5]
dezacomodado pello mesmo em Lisboa para vir ser aqui Parroco, e
[6]
para a sua caza, onde não esteve 24 horaz porque trazendo comsi
[7]
go, ou por caride ou por tolice hum menino de quatro annos, filho de
[8]
Pais mto honrados, a quem o tal João Pimentel conheçia e hera obri
[9]
gado, expalhou o tal Pimentel nesta freguezia que o rapaz era
[10]
filho do Irmão dezacreditando, e injuriando aleivozamte os seus ver
[11]
dadeiros Pais, e correndo por estes contornoz a noticia mandou o Rey
[12]
tor a Lisboa buscar a Certidão do Bauptismo, que leo aos seus fre
[13]
guezez no Lugar, em q lhe faz az estaçõens. O mesmo João Pimentel
[14]
tem Taverna, e tenda onde os pezoz, e medidas todos são falceficados,
[15]
manda deitar e deita muita agoa no vinho, e quando se vay algum cria
[16]
do, que desconfia contará esta manobra, publica que o despedio porque
[17]
furtava ao povo. Hum tal homem aforou a 8 annos ao Hospital das
[18]
Caldas hum prazo, daqui vem o motivo originario da questão, e fiz
[19]
conhecer a VSa pello que fica dito a boa que se pode esperar delle:
[20]
Estava o dito prazo perdido, plantoulhe huma boa vinha, e hum
[21]
carreiro de posto, que havia sobre a mota do ryo cuidou logo
[22]
em embaraçalo, neste cazo o povo costumado aquelle tranzito fez-
[23]
lhe atraveçadoiro pella vnha, recorreo aos meios da justissa pozeram
[24]
se editaes, veio o Juis de fora fazer a vestoria porparousse o intereça
[25]
do com teztemunhas porparadas por elle, que iminente em az porso-
[26]
adir em jurarem, o que elle quer, não tiverão ocazião de falar; porque
[27]
nimguem se opoz; da mesma sorte que tendo huma fazenda chamada
[28]
a Gafa, e fazendo nella hum valado imenço ficaramlhe dentro gran
[29]
dez pedaços de fazenda de Jozé Cordro da Sa Torrez, de Leandro Lavra
[30]
dor, de hum Almeida Empheteuta do Marquez de Angeja, e de Jozé
[31]
Ribro das Lamaz, todoz se queichão, maz athé aqui elle oz defructa.
[32]
Eu devo explicarme a VSa eu não sei se a ley dos atrevessadoiros
[33]
está a favor deste homem, não tenho duvida que a caridade, e a rezão
[34]
está ofendida por este porcedimento, se huma pessoa habil, e intiligen
[35]
te falasse pello povo na ocazião da veztoria devia dizer que o carreiro
[36]
de posto sobre a mota do ryo huma vez que fizesse o mesmo, que

Representação em textoWordcloudRepresentação em facsímilePageflow viewVisualização das frases