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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1607. Carta de Gastão de Abrunhosa para o irmão João de Abrunhosa, padre.

ResumoO autor dá notícias ao seu irmão, apresentando-lhe as suas contas e pedindo-lhe que o venha visitar a Madrid, com o seu primo.
Autor(es) Gastão de Abrunhosa
Destinatário(s) João de Abrunhosa            
De Espanha, Madrid
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Alexandre de Abrunhosa (TSO-IL, Processo 16992) e o seu primo Gastão de Abrunhosa (TSO-IL, Processo 13174), tal como outros membros da família de ambos, foram acusados de judaísmo em 1602. Alexandre de Abrunhosa, a sua irmã, Isabel de Abrunhosa, e a sua prima, Ana de Abrunhosa, viviam em Lisboa, na freguesia dos Mártires, onde se haviam refugiado para fugir à vaga de prisões feitas pela Inquisição em Serpa. Mesmo assim, foram presos em 1602. Seriam libertados em 1605, graças a um perdão concedido pelo papa, muito por causa das diligências que Gastão de Abrunhosa promoveu em Roma.

Gastão de Abrunhosa fugiu para Espanha em 1602, no seguimento da prisão dos seus primos. Nas cartas que de lá enviou a Nicolau Agostinho (PSCR1317 e PSCR1318), fica patente a sua intenção de se deslocar a Roma em busca de justiça.

Esta carta (PSCR1314) foi entregue à Inquisição, juntamente com outras três, por António Borges, que as encontrou num maço dirigido a Alexandre de Abrunhosa. António Borges fora buscar o maço a casa do correio-mor por lhe parecer que nele viria alguma carta que lhe dissesse respeito, como na verdade vinha, e encontrou outras cartas com palavras que achou suspeitas, resolvendo então entregá-las à Inquisição.

Suporte duas folhas de papel escritas em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 16992
Fólios 72r-73v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2316995
Transcrição Maria Teresa Oliveira
Revisão principal Fernanda Pratas
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Fernanda Pratas
Data da transcrição2016

Page 72r > 72v

[1]

sentio esta aflicta humanidade gosto con a letra e regras de vm

[2]
a quen dou grasas por o intento e vontade que mostra de me fazer
[3]
merçe de me acudir a nesesidade tão presisa e forsosa, quanto
[4]
a conta que faz en que lhe parece ter resão digo que suposto
[5]
ser verdade tudo o que dis que se eu fora a vm não quisera conta
[6]
nen falara niso poren se lhe não pareser ben meu conselho e
[7]
quiser conta resão e justisa comigo asi vm como a minha mai
[8]
que eu estarei sempre prestes e pagarei a risca tudo o que
[9]
dever e se me deveren quero so que confesen que mo deven
[10]
e suposta esta ventajen parece não dever temer conta pois
[11]
vão sen risco de perda inda que eu por o mto que lhe quero
[12]
lhe aconselho que nen con o dito aventejado partido queirão
[13]
conta e por ds que digo o que entendo e se contudo o qui
[14]
ser experimentar torno a reteficar o que ariba prometo
[15]
e não falo mais nisto.

Não encomendo a conclusão da causa de vm por pareser

[16]
entendera o mto que lhe conven. No que toqua a meus
[17]
negocios digo a vm que estou tão desconfiado da froxidão
[18]
de meu primo que cuido e temo se não tiver mto adjutorio
[19]
não me cobrara eses seissentos crusados e digo mais que
[20]
tamben não tenho a vm por mto agente e asi lhe peso
[21]
que se pera este particular ambos não se atreven
[22]
a mudar naturesa e fazer mais do que fizerão
[23]
en toda sua vida que busquen quen por meu dinheiro
[24]
o fasa contanto que advirtão que os solisitadores
[25]
custumão vender as demandas e digo tudo isto

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