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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1812. Carta de Matias Luís da Silva, padre, para António Joaquim dos Reis, padre.

ResumoCarta entre dois padres acerca do testamento de um deles.
Autor(es) Matias Luís da Silva
Destinatário(s) António Joaquim dos Reis            
De Portugal, Torres Vedras, Ribaldeira, Sirol
Para S.l.
Contexto

Em 1812, o padre secular Matias Luís da Silva, de idade avançada e padecendo de doenças do foro respiratório, fez o seu testamento. Era dono de inúmeras propriedades na zona do lugar de Sirol, na Ribaldeira, termo de Torres Vedras. O também padre secular António Joaquim dos Reis, da mesma comarca, apresentou-se como legítimo herdeiro dos bens de Matias Luís da Silva após a sua morte. Félix Ferreira da Silva, irmão do defunto, contestou o testamento. Mais tarde, após a morte de Félix Ferreira da Silva, a sua viúva, Teresa de Jesus, e seus filhos, deram continuação ao processo judicial que se arrastou por cerca de 15 anos. O padre António Joaquim dos Reis foi preso na Cadeia da Corte por falsificação do testamento. Em sua defesa apresentou como prova da veracidade do testamento, um outro testamento, assinado pelo padre Luís da Silva Matias, e a carta transcrita, em que o falecido dizia ser sua intenção deixar-lhe a maior parte dos seus bens. A carta, embora tivesse sido apresentada como prova de que o padre Luís da Silva Matias beneficiava o réu, foi considerada prova manifesta das contínuas pressões do réu. Na sequência de exame judicial, determinou-se que os documentos eram falsos e que o réu pretendia ficar com uma herança que não lhe pertencia. Por fim, António Joaquim dos Reis conseguiu ser solto sob fiança.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita na primeira face.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra A, Maço 7, Número 4, Caixa 21, Caderno [1]
Fólios 419r-420r
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Cristina Albino
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Page 419r > 419v

[1]
milia, e eu não passei bem, nem desta idade, e com
[2]
a molestia do peito posso passar senão mal.
[3]
Como teimas em não quereres senão as
[4]
propriedades especificadas na Procuração separa-
[5]
damente, como vejo no Rescunho que me deixastes
[6]
ficar, para em tudo concordar contigo o assigno,
[7]
por não estar de pachorra para a trasladar, e para
[8]
ser valioxo o nosso Contrato não julgo necessario
[9]
ser feita a Procuração por Tabelião, como tu di
[10]
zes, porem a ser precizo vai falar a Joze Al
[11]
ves por ser mais pratico, e que venha porq
[12]
eu não posso hir com a minha aflição do pei-
[13]
to, ou ao menos que venha a tua Caza que eu es
[14]
tarei, porem pede lhe Segredo, porque como nim
[15]
guem sabe os motivos do nosso Contrato terão
[16]
que murmurar, ao que me sugeito por tu
[17]
seres impertinente, e temeres que haja algum
[18]
desvio em contemplarte no meu Testamento
[19]
com a maior parte dos meus bens.
[20]
Emfim faze o que quizeres e entenderes,
[21]
de sorte que tudo se arranje, como temos tratado.
[22]
Quando fores para Lisboa para se fazer
[23]
a Escriptura, que deve ser o mais breve, aviza

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