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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1675. Carta de Domingos de Crasto para Manuel da Silva Pereira.

ResumoO autor agradece ao amigo tudo o que este tem feito pelo seu filho.
Autor(es) Domingos de Crasto
Destinatário(s) Manuel da Silva Pereira            
De Portugal, Lisboa
Para França, Paris
Contexto

Manuel da Silva Pereira, que viria a ser sogro de Francisco de Melo e Castro, nasceu no Cadaval, freguesia de Nossa Senhora da Conceição, onde foi batizado. Era filho de João Gomes da Silva, mercador de panos que andava pelas feiras, e neto de jornaleiros. O pai tinha nascido em S. Miguel de Genezes, termo de Barcelos, fruto da união de Francisco Alvares, criado, e Maria Gomes, caseira do abade da freguesia, que era oriundo do Cadaval e a tinha daí trazido para que ela continuasse ao seu serviço. Ainda moço, João decidiu tentar a sorte na terra da mãe, onde veio a distinguir-se pela sua participação na administração municipal e na irmandade do Santíssimo Sacramento. A sua vida de feirante permitiu-lhe conhecer a mulher, Isabel, nascida no Bombarral, termo da vila de Óbidos. Dos dois filhos do casal, um, também de nome João, permaneceu na terra, mas o outro, Manuel da Silva Pereira, foi para Lisboa ainda adolescente. Terá sido aí que se tornou protegido do magistrado Duarte Ribeiro de Macedo. Sabia ler e escrever e mostrava-se “capaz de poder ser encarregado de negócios de importância e engenho”, embora não tivesse qualquer grau académico. Seria assim o seu fiel secretário, acompanhando-o nas suas missões diplomáticas em Paris (1668-76), Madrid (1677-79) e Turim (1680). Após a morte do diplomata, de quem foi herdeiro, seria nomeado Guarda-mor do Consulado da Casa da Índia. Cerca de 1685, quando residia na casa da Rua Formosa, freguesia das Mercês, casou com uma vizinha, Michaella Antónia da Silva, muito mais jovem e descendente de funcionários públicos em Portugal e em Espanha. Em 1693, requereu ao Tribunal do Santo Ofício que se fizessem diligências sobre a sua “limpeza de sangue e geração”, bom como da de sua mulher, pois queria candidatar-se ao cargo de Familiar do Santo Oficio. Neste processo de habilitações diz-se que o casal não tinha filhos. Assim, só depois disso terão tido uma menina, D. Maria Joaquina Xavier da Silva. Seria esta filha a estabelecer a ligação de Manuel da Silva Pereira à família Melo e Castro: Maria Joaquina viria a casar com Francisco de Melo e Castro, filho ilegítimo de André de Melo e Castro, 4º Conde das Galveias. Da sua união nasceram depois Manuel Bernardo de Melo e Castro, 1º Visconde da Lourinhã, e Martinho de Melo e Castro, diplomata, ministro e reformador da armada portuguesa no reinado de D. Maria I.

Fontes:

Faria, Ana Maria Homem Leal de. 2005. Duarte Ribeiro de Macedo, um Diplomata Moderno (1618 – 1680). Dissertação de Doutoramento. Universidade de Lisboa.

Faria, Ana Maria Homem Leal de. 2008. Arquitectos da Paz: A Diplomacia Portuguesa de 1640 a 1815, Lisboa, Tribuna da História.

Schedel, Madalena Serrão Franco. 2010. Guerra na Europa e interesses de Portugal: as colónias e o comércio ultramarino. A acção política e diplomática de D. João de Melo e Castro, V Conde das Galveias (1792 -1814). Tese de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Suporte meia folha de papel não dobrada escrita no rosto e verso
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Arquivos de Família
Fundo Casa dos Condes de Galveias
Cota arquivística Maço 5
Transcrição Ana Guilherme
Revisão principal Rita Marquilhas
Modernização Fernanda Pratas
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2009

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[1]
Snor monsieur
[2]
Silva

Nosso sor pague a Vmce tudo quanto tem feito

[3]
a meu filho Joseph de Crasto e a boa companhia
[4]
q Vmce lhe faz; e permita nosso sor ache esta a Vmce
[5]
com perfeita saude como este Criado de Vmce
[6]
lhe dezeja e o traga a salvamto a este Rno em paz
[7]
[8]
Sor eu não tenho nem meu filho meresimtos
[9]
pa favores qtos me escreve meu filho
[10]
q Vmce lhe faz nem eu me acho capas pa
[11]
paguar o q me diz; sómte o q posso he pedir
[12]
a Deos pella saude cuida de Vmce e q nosso
[13]
Sor de o pago por mim a Vmce de qto lhe faz
[14]
pesso a Vmce q faça lembrança ao Sor
[15]
Dtor moadminca el Rei o queira Benzer
[16]
pa q se acabe minhas esperancas e estando
[17]
Benzido e querendo Vir pa este Rno o emCaminhe
[18]
que venha em Nao mto segura porq
[19]
nesta Costa não devião de Andar Casairos
[20]
em quantidade q eu bem estimara Vira
[21]
em Compa do sor Dtor mas os negocios de este
[22]
Rno são mto dilatados o Bpo de Lamego
[23]
partio em 18 de stro na nao Lorcio pa Roma
[24]
e não sei sera Cauza de o sor Dtor não Vir
[25]
tão depreça dessa Corte de paris pa este Rno

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