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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1720-1729]. Carta de [frei António das Chagas] para [António Ribeiro de Abreu], mestre e Inquisidor.

Autor(es) António das Chagas      
Destinatário(s) António Ribeiro de Abreu      
In English

Justification letter from a priest, probably friar António das Chagas, to an Inquisitor of Coimbra, probably António Ribeiro de Abreu.

The author explains to the addressee that it would arise suspicions if he went back to a place where he had been recently. Local people would easily suspect that he had been revealing some secrets that he heard in confession. The issue seems to be connected to the misbehaviour of priests.

A servant in the place of Felgueiras, in Northern Portugal, was accused of making a pact with the Devil. The witnesses who testified against her believed that she appeared to them in the company of a well dressed young man (the Devil in disguise). Later, they would forget all about it and only remember through the Catholic confession and communion. They believed to have been enchanted, made invisible and forgetful while they would have illicit sexual intercourse with other people.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Page [307a] r

[1]
J M J
[2]
Meu Snor Inquisidor

Recebi a carta de VSa, e nella mto gosto, pella saude que lhe de-

[3]
sejo, e noticia, que a gosa, Ds no Snor lha conserve, e toda pa
[4]
o sirvir com augmentos de sua graça. Nos andamos bons, seja Ds
[5]
bendito, a Ave Ma, não me tem esquecido ate o presente, nem
[6]
com o habito esquecera em cada hũa das frgas, que Ds permetir
[7]
que eu com a sua ajuda chegue a fazer missão.
[8]
Meu amo do coração, e meu Snor, vejo o que
[9]
Vsa me ordena no que toca a denunciação, pois me dis que
[10]
se sem trabalho e sem cuidado lhe poder mandar a denunciação
[11]
da mer, com o seu nome, o faça; e eu não receio o trabalho, que
[12]
suposto são oito legoas daqui à frga da penitente, erão 4, ou
[13]
5 dias que sem custo podiamos gastar em ir, e vir; porem
[14]
a dificuldade esta , em que a penitente he de hũa frga, em
[15]
que fisemos missão larga, e consta de desoito lugares, e al-
[16]
guns passão de legoa de distancia a Igreja, em que pregamos
[17]
e mora o subjeijto da carta, como eu não sey o nome da tal
[18]
mer, nem em qual dos 18 lugares mora, tem mta dificulde o po-
[19]
der eu tornar a falar com ella sem offender o sigillo da confissão
[20]
ou ao menos dar mto, que falar na frga, salvo fosse tornando
[21]
a fazer missão na mesma Igreja, pa ver se assim me tornava aos
[22]
pes, e ainda isto nos havia de ser mu estranhado, por ser tão che-
[23]
gada a outra, que foy de alguns doze sermoens, e por esta causa
[24]
e tambem por não largarmos a missão tão necessaria nestas terras, em
[25]
que andamos, (sendo que isto he o menos , o mais he o de cima) accceyto
[26]
o favor, que VSa me fas, e me fico sem escrupulo, mas sempre
[27]
prompto pa fazer o que VSa me ordenar, e como melhor lhe pa-
[28]
recer, que o possa fazer sem offender o sygillo; e no que toca
[29]
ao declarar as acçoens da solicitação; na confissão não ouve ac-
[30]
çoens, nem movimtos alguns, que a penitente podesse conhecer, con-
[31]
forme ella me disse, e eu a inquiri, o que so ouve forão unicamte
[32]
as palavras, que forão na carta, que elle escreveo a minha vista, e da
[33]
mesma sorte, que a penitente mas disse na confissão; nem mais
[34]
nem menos, as que ella disse forão escriptas; porque as acçoens, e
[35]
confianças, que elle confessou na carta tinhão precedido a confissão
[36]
ja havia tempo bastante e não forão na Igreja nem em lugar al-
[37]
gum deputado pa a confissão, tinhão ja passado â bastantes dias.

[38]
[39]

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