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Maarten Janssen, 2014-

1750. Carta de Miguel de Ataíde Corte Real, religioso, para António Ribeiro de Abreu, mestre e inquisidor. zoom_out zoom_in navigate_before   navigate_next info fullscreen menu

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Snr Inquizor Antonio Ribro de Abreu

Meu amo, e meu snr de todo o meu affecto, e veneraçam:
gratifico a VS este grde bem das suas boas noticias, ainda q com
ellas chegam neste corro algumas tam formidaveis, q aos q esti-
mamos
a Religiam Catholica obrigam á pena, de q tantos tem a
culpa.
Eu confesso a VS, q qdo contrapézo na balança da des-
criçam
os continuos, e interruptos trabalhos da minha perseguida
caza com os destemperos publicos, q respeitam á , e Religiam,
me parecem os proprios leves arestas; porq aos comuns avalio
por grosseyras traves; principalmte qdo considero verem os eccle-
ziasticos
os facctores, e motores de tam perniciozos escandalos.

E se se nam verificar o oportet hereses esse de S Paulo, pa q
mais se exalte a , chorammos sem remedio a desgraça ulti-
ma
de hum Reyno, q ainda q fosse menos observante dos man-
damtos
, sempre foy o mais pontual na defensa do credo.

Eu considero, q esse livrinho, ou cartilha do inferno,
he natural desta cide, e q essa he a execuçam, q se promettia
ao Muratori simulado;
e assim o Autor, e o protector nam
se destinguem mais q pa q possa entender o vulgo nam ser
o mesmo compozitor pela destinçam da pessoa, a qm se dedica.

Eu, nam com leves fundamtos, sempre estive no pensamto
de q havia matra, em q se trabalhava sobre este ponto, pa q com
estes servicos se fortificasse o valimto a fim de se perpetuar