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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor dá notícias à sua mulher, dizendo que está vivo e contando as aventuras e doença por que passou, justificando com isso o facto de não ter escrito ou aparecido mais cedo. |
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Autor(es) | Bento Barbosa |
Destinatário(s) | Ana Lopes |
De | Índia, Malaca |
Para | Portugal, Lisboa |
Contexto | A ré deste processo é Ana Lopes, que se apresentou à Inquisição de Lisboa a 29 de agosto de 1623 para admitir culpas de bigamia. Contou que havia 12 anos se tinha casado com Bento Barbosa na igreja da Vitória, em Lisboa, e viveram como marido e mulher por dois anos, nascendo desse casamento uma criança, que entretanto faleceu. Ao fim desses dois anos, o marido embarcou para a Índia e ela apenas recebeu dele uma carta, dois anos depois de ele se ter ausentado. Não voltou a ter notícias dele. Dizia nesse escrito (PSCR0382) que a nau em que fora, chamada Guadalupe, dera à costa e que nesse acidente ele tinha ficado muito doente. Não tendo Ana Lopes mais notícias, veio a considerar que o marido estava morto e, por lho assim aconselharem muitas pessoas, tirou o luto e decidiu casar de novo. Oito meses antes de se apresentar à Inquisição tinha então casado, na mesma igreja da Vitória, com Varão Gonçalves, sapateiro, natural do Campo de Coimbra. À data do casamento, Varão Gonçalves foi buscar testemunhas em como Bento Barbosa era falecido, para as apresentar junto do juiz dos casamentos, algumas delas atestando ter Bento Barbosa falecido no hospital de Goa. O juiz dos casamentos deu-lhes licença para casar e Ana Lopes apenas teve de jurar perante o padre que tinha o primeiro marido por morto e que nunca mais tivera novas dele. A 15 de agosto de 1623, estando casados e vivendo maritalmente havia oito meses, recebera Ana Lopes duas cartas do primeiro marido (PSCR0383 e PSCR0384), vindas de Goa por via de uma naveta que estava na ilha Terceira. Logo que recebeu as cartas, reconhecendo nelas a letra e algumas palavras que o primeiro marido costumava usar, entendeu-as por verdadeiras, afastando-se do segundo marido e mostrando-lhe os escritos do primeiro. Também por isso, admitiu as suas culpas de bigamia perante a Inquisição. Ficou com termo de identidade e residência, tendo de se apresentar à Mesa todas as segundas-feiras às sete horas da manhã. Após o interrogatório à ré, o processo terminou com um último certificado de notário, dizendo que em nenhum dos livros de casamentos se encontrava Ana Lopes como casada, nem com Bento Barbosa nem com Varão Gonçalves. As cartas constam do processo como prova da sua culpa, mas após o documento do notário não há mais dados sobre o seu destino. |
Suporte | uma folha de papel dobrada, escrita no rosto do primeiro fólio e nas duas faces do segundo |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Lisboa |
Cota arquivística | Processo 13009 |
Fólios | 10r, 11r-v |
Online Facsimile | http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2313217 |
Socio-Historical Keywords | Maria Teresa Oliveira |
Transcrição | Mariana Gomes |
Revisão principal | Catarina Carvalheiro |
Contextualização | Mariana Gomes |
Modernização | Catarina Carvalheiro |
Data da transcrição | 2015 |
[1615]. Carta de Bento Barbosa, homem do mar, para a sua mulher, Ana Lopes, lavadeira.
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