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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | A autora notifica o seu marido sobre o estado dos seus negócios e responde aos pedidos que ele lhe fizera numa outra carta. |
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Autor(es) | Catarina Faria de Alpoim |
Destinatário(s) | Rui Fernandes de Castanheda |
De | Portugal, Lisboa, Olivais |
Para | Portugal, Caminha, prisão pública |
Contexto | Esta carta encontra-se no processo de Rui Fernandes de Castanheda, meio cristão-novo, preso pela Inquisição por judaísmo em Maio de 1620. Rui Fernandes de Castanheda ia à Galiza, disfarçado de caminheiro, para cobrar uns precatórios quando, ao passar por Caminha, já de noite, foi a casa de um escrivão para os validar e este, achando-o suspeito, pensou que ele estava a tentar fugir do país. Assim, levou-o a casa do ouvidor que o interrogou, acabando Rui Fernandes de Castanheda por confessar que era meio cristão-novo, pelo que foi feito prisioneiro até que se averiguasse a verdade. Rui Fernandes de Castanheda fora, havia pouco tempo, acusado de judaísmo por familiares seus presos pela Inquisição, com quem estava em más relações, por isso, ao ser preso, quis fazer a sua confissão, na esperança de assim não ser castigado. O réu arranjou maneira, enquanto ainda estava em Caminha, de trocar correspondência com a sua esposa, D. Catarina Faria de Alpoim, usando como intermediária uma mulher que o servia no cárcere. Primeiro enviou-lhe uma carta, contando-lhe o que se passara, e com uma série de instruções (PSCR1331) sobre o que fazer para o ajudar, mandando-a cobrar dívidas, enviar-lhe roupa, e entregar uma carta ao seu advogado (PSCR1332) e uma petição aos inquisidores. Esta é a resposta que a mulher lhe enviou, dizendo que fez aquilo que ele lhe mandou, dando-lhe notícias, e incentivando-o a não desistir. A carta parece ter sido escrita ao longo de vários dias, havendo uma mudança de mão, não identificada, a meio das duas últimas páginas. Depois de Rui Fernandes de Castanheda ter sido levado para Lisboa, para os cárceres da Inquisição, a mulher que o servira em Caminha foi presa e confiscaram ao correio um maço de cartas em estavam incluídas a resposta à primeira missiva (PSCR1333) assim como outras cartas enviadas por D. Catarina Faria de Alpoim (PSCR1334 e PSCR1337) ao seu marido. Antes de partir e chegado a Lisboa, Rui Fernandes de Castanheda continuou a enviar cartas à mulher e a outras pessoas amigas (PSCR1335, PSCR1336 e PSCR1338), por intermédio de um familiar do Santo Ofício chamado António Gonçalves, que ele considerava seu amigo e que o fora buscar a Caminha, tentando obter ajuda, sem sucesso. O seu processo continuou durante vários anos e ele acabou por ser relaxado à justiça secular. |
Suporte | três folhas de papel escritas em ambas as faces |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Lisboa |
Cota arquivística | Processo 7589 |
Fólios | 41r-43v |
Online Facsimile | http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2307670 |
Transcrição | Maria Teresa Oliveira |
Revisão principal | Raïssa Gillier |
Contextualização | Maria Teresa Oliveira |
Modernização | Raïssa Gillier |
Data da transcrição | 2016 |
1620. Carta de D. Catarina Faria de Alpoim para Rui Fernandes de Castanheda, seu marido.
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