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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | Um alfaiate e um juiz de Caneças são denunciados por serem contra a Constituição. |
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Autor(es) | Anónimo6 |
Destinatário(s) | José Joaquim Rodrigues de Bastos |
De | Portugal, Lisboa |
Para | S.l. |
Contexto | António José Ferreira, alfaiate de Caneças, foi acusado de anticonstitucional e condenado a quatro meses de prisão. O réu defendeu-se dizendo que estava embriagado quando falou contra a Constituição. O advogado foi Augustino dos Reis e argumentou em sua defesa alegando pobreza, inimigos, falta de juízo e embriaguês. Excerto da defesa (transcrição normalizada) [fólios 4-5 do segundo caderno]: "É o réu um pobre alfaiate sobrecarregado de uma desalinhada família, sua mulher e treze filhos. Entre estes me apresentou ela um de mama, com vestidos de tal natureza que, pelas suas roturas, perto estavam de uma pura nudez que os sujeita (desgraçados!) aos rigores do frio da presente estação. Assim mesmo, miserável como era, teve o réu um denunciante anónimo [...] [E]u chamo a atenção de Vossas Senhorias para inquirição das testemunhas da Devassa: unanimemente conformam em dizer que, ainda que o réu proferira as ditas palavras, fora quando se achara apreendido de uma acabada embriaguez, sendo além disso havido por todo o povo de Caneças por homem falto de juízo. Todos sabem, e nisto não me demoro, que sendo as palavras os verdadeiros sinais do que pensamos, quando esta faculdade de pensar se acha desorganizada, como a do réu pelo vinho, todas as palavras proferidas em tal estado hão de ser também desorganizadas, sem tino e confusas, e por isso jamais podem ter imputação. Demais: qual foi sempre o resultado das loucas palavras que os ébrios proferem em público? É sempre o riso de todos porque em nada as avaliam e jamais influirão no ânimo de ninguém, ficando marcados com o ferrete do desprezo público: o que tudo se verificou com o réu." |
Suporte | quarto de folha de papel não dobrado escrito na primeira face. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Casa da Suplicação |
Fundo | Feitos Findos, Processos-Crime |
Cota arquivística | Letra A, Maço 1, Número 16, Caixa 3, Caderno [1] |
Fólios | 4r |
Transcrição | Sara de França Sousa |
Revisão principal | Rita Marquilhas |
Contextualização | Rita Marquilhas |
Modernização | Clara Pinto |
Anotação POS | Clara Pinto, Catarina Carvalheiro |
Data da transcrição | 2009 |
Frase s-1 | |
Frase s-2 | |
Frase s-3 | petio |
Frase s-4 |